Graneleiro atacado por míssil desencadeia crise global de rotas marítimas

A escalada dessas agressões nas últimas semanas gera preocupações entre as potências globais, impactando o comércio mundial e desviando rotas marítimas ao redor da África; confira

Na última terça-feira, 16 de janeiro, um navio cargueiro de bandeira de Malta foi alvejado por um míssil no Mar Vermelho, assinalando um avanço nas investidas contra navios comerciais na região, que já se encontrava em estado de alerta de segurança. O graneleiro Zografia, registrado na Grécia, foi atingido a cerca de 76 milhas náuticas do Porto de Saleef, no Iêmen, de acordo com informações da Ambrey Analytics, uma empresa britânica de segurança marítima.

O navio, que viajava do Vietnã para Israel com 24 tripulantes a bordo, encontrava-se vazio no momento do ataque, resultando em nenhum ferimento relatado. Após o incidente, a embarcação alterou seu curso, seguindo viagem com danos em sua carga. O UKMTO (Centro de Vigilância das Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido) também recebeu relatos de um incidente a cerca de 100 milhas náuticas a noroeste de Saleef.

Desde a última sexta-feira, a Marinha dos EUA e empresas de navegação vinham alertando para que os navios evitassem a região sul do Mar Vermelho. Os houthis, rebeldes alinhados ao Irã, intensificaram os ataques a navios desde novembro, como resposta à guerra de Israel contra o Hamas e os bombardeamentos na Faixa de Gaza.

A escalada dessas agressões nas últimas semanas gera preocupações entre as potências globais, impactando o comércio mundial e desviando rotas marítimas ao redor da África.

Além disso, existe o receio de que esses ataques possam complicar o controle da inflação internacional e perturbar as cadeias de abastecimento globais. O míssil disparado nesta terça-feira ocorreu um dia após um cargueiro comercial dos EUA ser atingido na mesma região, intensificando as tensões na área.

Míssil é disparado de navio de guerra durante operação dos Estados Unidos e do Reino Unido contra alvos Houthis, no Iêmen, em 12 de janeiro de 2024 — Foto: US Central Command/Reuters

Caminho alternativo e impacto econômico

No podcast Diário Econômico, o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, revelou que os ataques resultaram em um aumento significativo no número de navios que optaram por alterar a rota de navegação, contornando o Mar Vermelho pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.

Segundo a BBC, essa mudança de rota pode atrasar as entregas entre o Porto de Rotterdam, na Holanda, e Taiwan em até 35 dias, causando repercussões significativas nas cadeias de suprimentos internacionais. A situação continua sendo monitorada atentamente pela comunidade internacional diante dos desdobramentos recentes na região do Mar Vermelho.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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