Greve dos caminhoneiros afeta comercialização de soja e milho

Dificuldade de escoamento reduz estoques nas indústrias, que reduziram ritmo de processamento

A paralisação dos caminhoneiros, que está no oitavo dia, está prejudicando as vendas de soja e derivados. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), as indústrias relatam ter baixo estoque de soja e, por isso, algumas reduziram o ritmo de processamento, enquanto outras já estão paradas.

Os analistas do Cepea observam que os produtores de soja, como de costume nesta época do ano, já negociaram boa parte de sua produção e, agora, estão interessados em guardar o remanescente da safra para escoar no segundo semestre, o que pode elevar os preços da oleaginosa com mais força no curto e médio prazos.

No caso dos derivados de soja, em muitas regiões brasileiras, os agentes consultados pelo Cepea relatam diminuição e suspensão de abates de aves e suínos, o que afeta a demanda pelo farelo da oleaginosa. Na semana passada o indicador Esalq/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 0,75% e foi cotado a R$ 86,47/saca de 60 kg na sexta-feira (25). No mesmo comparativo, o indicador CEPEA/ESALQ Paraná ficou estável (-0,1%), a R$ 80,13/saca de 60 kg no dia 25.

Milho

A greve dos caminhoneiros também compromete o escoamento do milho aos principais centros consumidores. O relato de muitos compradores consultados pelo Cepea é de que os estoques estão curtos e que, em alguns casos, indústrias já reduzem o ritmo de processamento.

Os vendedores estão retraídos, atentos à produtividade das lavouras da segunda safra. “Nesse ambiente, os preços do milho seguem em alta, se aproximando dos R$ 45/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde agosto de 2016. Na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 3,8% entre 18 e 25 de maio, a R$ 44,23/saca de 60 kg na sexta-feira, 25.”

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL

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