
Levantamentos recentes detalham essa dinâmica, apontando caminhos para a autossuficiência e o fortalecimento do agronegócio nacional.
O setor agrícola brasileiro se encontra em um cenário de contrastes, com desafios significativos relacionados à dependência de importações para certas culturas, mas também com notáveis oportunidades de crescimento e expansão de mercado, tanto interno quanto externo. Levantamentos recentes detalham essa dinâmica, apontando caminhos para a autossuficiência e o fortalecimento do agronegócio nacional.
Um dos destaques positivos é o potencial da cultivar Feijão-carioca IAC TIGER. Esta variedade possui a capacidade de suprir até 25% do consumo nacional de feijão-carioca, um dado promissor para a segurança alimentar do país e para a redução da necessidade de compras externas desse item básico na dieta brasileira.
No entanto, a balança comercial agrícola brasileira ainda pende para o lado das importações em diversas Pulses. O Feijão IAC ALUBIA (2157), por exemplo, é importado em uma média de 22.708 toneladas anuais, evidenciando uma lacuna na produção interna que poderia ser explorada por produtores nacionais. De forma similar, o Grão-de-bico Cristalino (Embrapa) demanda a importação de aproximadamente 40.000 toneladas por ano, enquanto a Ervilha Mikado (Embrapa) e a Lentilha Silvina (Embrapa) também registram volumes médios de importação de 22.708 toneladas e 16.000 toneladas anuais, respectivamente. Esses números sublinham a necessidade de investimentos e fomento à produção doméstica para diminuir a dependência do mercado externo.
No cenário global, o mercado de Grão-de-bico se mostra extremamente robusto, com um volume financeiro que alcança a marca de US$ 9,44 bilhões. Essa cifra colossal demonstra o expressivo potencial econômico da Pulse e serve como um forte incentivo para que o Brasil explore e invista ainda mais em sua produção e comercialização, especialmente considerando a variedade Hari (Embrapa).
Outras culturas, por sua vez, já se consolidam como importantes vetores de exportação. O feijão Mungo Verde (IAC), por exemplo, viu a China importar impressionantes 590 mil toneladas no último ano, um indicativo claro de um mercado consumidor gigantesco e ávido por essa variedade, no qual o Brasil pode aumentar sua participação. Mais animador ainda é o panorama para o feijão Mungo Preto (IAC). As projeções apontam que o Brasil deverá exportar mais de 250 mil toneladas dessa variedade em 2025, solidificando sua posição como um fornecedor chave no mercado internacional e gerando valiosa receita para o país.
A análise dessas informações revela um Brasil agrícola com vastas terras e capacidade de produção, mas que precisa equalizar a balança entre a satisfação da demanda interna e a exploração de mercados externos. O investimento em pesquisa e desenvolvimento, aprimoramento de técnicas de cultivo e políticas de incentivo aos produtores são cruciais para que o país transforme os desafios atuais em oportunidades de crescimento sustentável para o agronegócio.
Fonte: Ibrafe
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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