Idoso de 80 anos morre após ser atacado por touros

Ocorrência onde o idoso de 80 anos morreu após ser atacado por touros, levanta alerta sobre manejo seguro e importância do controle de temperamento em bovinos de corte e reprodução

Um trágico acidente ocorrido na zona rural de Soledade, município localizado na região Norte do Rio Grande do Sul, reacende o debate sobre segurança no manejo de animais de grande porte, especialmente touros. Na última quarta-feira (11), o senhor Lauro Francisco Neves, de 80 anos, foi atacado por três touros em uma propriedade no bairro Botucaraí e não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações da Brigada Militar, uma testemunha acionou a polícia ao presenciar o ataque. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o idoso já sem vida, caído em um campo da propriedade rural. Um dos animais, segundo o boletim, avançou contra a guarnição, sendo abatido no local para preservar a integridade dos agentes.

O corpo da vítima foi encaminhado para necropsia, e o proprietário dos touros compareceu à delegacia de polícia para prestar depoimento. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias do ataque e a eventual responsabilidade legal sobre os fatos.

Temperamento bovino e riscos no manejo: um alerta ao setor pecuário

Embora incidentes envolvendo ataques de touros não sejam frequentes, eles podem ser fatais quando não há controle comportamental, manejo adequado ou contenção física dos animais. O caso de Soledade evidencia a necessidade de maior atenção ao comportamento animal, especialmente em propriedades com idosos, crianças ou pessoas sem experiência com gado bravo.

O touro é, por natureza, um animal com grande força física e territorialista, e seu temperamento pode variar bastante de acordo com a genética, o manejo, a rotina de interação com humanos e até mesmo o ambiente em que está inserido.

Segundo especialistas em manejo racional de bovinos, é fundamental que:

  • Touros reprodutores sejam selecionados também pelo temperamento, não apenas por características genéticas produtivas.
  • Sejam evitadas situações de estresse, isolamento ou falta de alimento, que podem aumentar a agressividade.
  • As propriedades adotem estratégias de contenção física seguras, como bretes e currais adequados ao tamanho dos animais.
  • Pessoas não treinadas evitem aproximação direta, especialmente em áreas de pasto aberto.
  • Idosos e crianças sejam mantidos afastados das áreas de manejo, em especial durante a estação de monta, quando os touros estão mais ativos.

Responsabilidade e legislação

A legislação brasileira prevê responsabilidade civil e penal para criadores e proprietários de animais que causem acidentes, especialmente quando há omissão de cuidado ou falhas em cercamento, contenção ou vigilância. A investigação da Polícia Civil deverá esclarecer se houve negligência por parte do dono dos touros ou se o acidente foi imprevisível.

Casos como este reforçam a urgência de maior capacitação em bem-estar animal, biossegurança e manejo defensivo, tanto entre produtores quanto entre trabalhadores rurais. Mais do que prejuízos econômicos, vidas humanas podem estar em risco quando protocolos básicos são ignorados.


Nota de pesar

A comunidade rural de Soledade lamenta profundamente a perda de Lauro Francisco Neves, figura conhecida na região. O sepultamento do idoso estava previsto para esta quinta-feira (13), em cerimônia restrita à família.

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