
A concentração do mercado de grãos é uma característica marcante e preocupante. Segundo o levantamento da Somo, empresa de análise holandesa, apenas cinco gigantes controlam entre 70% e 90% do comércio global de grãos
O mercado de grãos é um dos pilares da segurança alimentar global. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), os principais grãos cultivados no mundo, como milho, soja e trigo, representam uma grande parte da dieta mundial e são fundamentais para a produção de ração animal e biocombustíveis. Em 2023, a produção mundial de grãos atingiu cerca de 2,8 bilhões de toneladas, impulsionada principalmente por grandes produtores como Estados Unidos, Brasil, China e Rússia.
No entanto, a concentração do mercado de grãos é uma característica marcante e preocupante. Segundo o levantamento da Somo, empresa de análise holandesa, apenas cinco gigantes controlam entre 70% e 90% do comércio global de grãos, consolidando um oligopólio que impacta diretamente preços, estoques e acessibilidade.
Produção, estoques e consumo mundial de grãos
A produção de grãos cresce em ritmo acelerado, mas enfrenta desafios como mudanças climáticas, conflitos geopolíticos e oscilações econômicas. Os estoques globais de grãos são monitorados de perto para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda. Atualmente, o consumo mundial de grãos cresce em torno de 2% ao ano, refletindo o aumento populacional e a demanda por proteína animal.
Perspectivas para o setor indicam que, até 2030, a produção de grãos deverá crescer mais de 30%, impulsionada por avanços tecnológicos, como agricultura de precisão e melhoramento genético. No entanto, essa expansão dependerá do equilíbrio entre sustentabilidade e produtividade.
As 10 maiores empresas do mercado de grãos
1. Cargill (Estados Unidos)
Com uma receita impressionante de US$ 179 bilhões em 2023, a Cargill lidera o mercado global de grãos. Fundada em 1865, a empresa atua em 70 países e desempenha um papel crucial na compra, processamento e distribuição de grãos. Sua influência no Brasil é marcante, especialmente no agronegócio.
2. COFCO International (China)
A COFCO é a maior trading de grãos da China e ocupa a segunda posição no ranking, com uma receita de US$ 98 bilhões. A empresa se destaca por sua integração vertical, controlando desde a produção até a exportação, e por atender à crescente demanda interna chinesa.
3. ADM (Archer Daniels Midland, Estados Unidos)
Com faturamento de US$ 94 bilhões, a ADM é uma gigante no processamento de grãos e óleos vegetais. Presente em mais de 170 países, a empresa investe fortemente em tecnologias sustentáveis e soluções para a cadeia de alimentos.
4. Wilmar International (Singapura)
A Wilmar registrou uma receita de US$ 67 bilhões, sendo uma das líderes no mercado asiático. Sua atuação é diversificada, abrangendo desde a comercialização de grãos até o processamento de óleos e produtos derivados.
5. Bunge (Estados Unidos)
Com forte atuação no Brasil, a Bunge teve um faturamento de US$ 60 bilhões. Recentemente, a empresa anunciou uma fusão com a Viterra, o que pode ampliar sua presença no mercado global e impactar diretamente o ranking.
6. Viterra (Canadá)
A canadense Viterra alcançou US$ 55 bilhões em receita. Sua fusão com a Bunge, avaliada em US$ 8,2 bilhões, promete reposicionar a empresa no mercado e aumentar sua capacidade de exportação.
7. Louis Dreyfus Company (LDC, França)
Com faturamento de US$ 51 bilhões, a LDC é uma das tradings mais tradicionais do mercado, com mais de um século de atuação. A empresa é conhecida por sua forte presença na América Latina.
8. CHS Inc. (Estados Unidos)
A cooperativa agrícola CHS teve uma receita de US$ 46 bilhões em 2023. Sua estrutura cooperativa a diferencia no mercado, promovendo parcerias diretas com agricultores.
9. Olam Group (Singapura)
A Olam faturou US$ 36 bilhões e é reconhecida por sua diversificação, atuando também no mercado de alimentos processados. Sua atuação é mais forte na África e na Ásia.
10. Zen-Noh (Japão)
Com US$ 34 bilhões de receita, a Zen-Noh é focada principalmente no mercado japonês, atendendo às crescentes demandas do país por alimentos e ração animal.

O impacto da concentração do mercado
A concentração do comércio de grãos nas mãos de poucas empresas gera preocupação sobre preços, acessibilidade e concorrência. Essas companhias têm poder para influenciar cadeias de suprimentos globais e desempenham um papel estratégico na segurança alimentar mundial.
Embora avanços tecnológicos prometam aumentar a produtividade, a necessidade de políticas públicas eficazes e uma regulação mais rígida é essencial para evitar desequilíbrios e assegurar um mercado mais justo e sustentável.
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