Índice de Poder de Compra de Fertilizantes indica preços acessíveis ao produtor

O movimento acompanha o cenário agrícola do período, marcado pelo encerramento da colheita da safrinha e o início do plantio da soja.

São Paulo, 15 – O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de setembro fechou em 1,19, representando uma queda de quase 7% em relação ao mês anterior. A melhora, segundo a Mosaic, indica que os fertilizantes se tornaram mais acessíveis para o produtor rural. O IPCF é divulgado mensalmente pela empresa, e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e das principais lavouras brasileiras: soja, milho, cana-de-açúcar e algodão.

Em nota, a Mosaic afirma que o movimento acompanha o cenário agrícola do período, marcado pelo encerramento da colheita da safrinha e o início do plantio da soja. O impacto da leve retração do dólar, de aproximadamente 1,5%, sobre o índice foi limitado.

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A principal contribuição para a queda veio da retração nos preços dos fertilizantes, com destaque para os nitrogenados. A ureia, por exemplo, apresentou uma variação negativa de 10%, sendo o destaque entre os principais insumos. Outros produtos também registraram queda, como o Monoamônio Fosfato (-3%), o Superfosfato Simples (-5%) e o Cloreto de Potássio (-1%).

“A redução está diretamente relacionada ao período de entressafra, quando a demanda por fertilizantes naturalmente diminui”, disse a Mosaic em nota. “A expectativa é de que os preços voltem a subir no quarto trimestre, impulsionados pela retomada da demanda, especialmente para entregas da segunda safra.”

As commodities registraram uma alta média de 3% nos preços, com destaque para a soja (1%), o milho (3%) e a cana-de-açúcar (3%). O algodão foi uma exceção, visto que registrou queda de 3%, mas sem impacto significativo na média geral. A suspensão e posterior retomada das retenciones na Argentina – impostos sobre exportação – também contribuíram para as variações observadas.

A empresa chama atenção para a presença crescente de fertilizantes fosfatados de baixa solubilidade. “Apesar de parecerem mais baratos, esses produtos podem comprometer a absorção de nutrientes pelas plantas e reduzir a produtividade, gerando prejuízos agronômicos e econômicos”, disse a Mosaic.

Outro ponto refere-se à escassez de crédito rural, que tem dificultado o acesso a financiamentos, especialmente após as restrições no Plano Safra e o aumento da taxa Selic. “Isso afeta o ritmo das vendas e o planejamento da safra, exigindo maior colaboração entre os elos da cadeia e instituições financeiras.”

A Mosaic destaca que há um movimento de antecipação nas compras de insumos para a safra de verão 2026. “Relações de troca mais favoráveis e soluções como antecipação de recebíveis têm viabilizado essa estratégia, permitindo ao produtor garantir melhores condições comerciais e mitigar riscos diante da volatilidade do mercado”, afirma a Mosaic.

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