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Intensificação explica a redução de áreas de pasto

Pesquisadores da Embrapa mostram que mesmo assim, potencial de crescimento do setor se mantém em alta com a intensificação na produção!

Publicada nesta sexta-feira (27/11), pelo Centro de Inteligência da Carne Bovina, um departamento da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS), a mais recente análise semanal de cenários foi realizada pelos pesquisadores Rosangela Maria Simeão, da unidade, mais Elena Charlotte Landau (Embrapa Milho e Sorgo) e Fausto da Costa Matos Neto (do Mapa).

Eles mostram que as pastagens naturais e plantadas são um componente diferencial e primordial para o sucesso da pecuária brasileira. A vantagem competitiva da pecuária de corte no Brasil, tomada como exemplo, se deve ao menor custo de produção quando comparado ao custo de países competidores no mercado da carne, como os Estados Unidos.

Essa vantagem do Brasil deve-se ao fato de que cerca de 86% da produção envolvendo cria, recria e engorda são realizadas com bovinos criados sob pastejo.

De acordo com os últimos Censos Agropecuários realizados pelo IBGE, as áreas rurais ocupadas por pastagens no Brasil reduziram de um total de 177,93 milhões de hectares, em 1996, para 149,67 milhões de ha, em 2017. 

A intensificação da produção pecuária brasileira, aliada à substituição de áreas de pastagens por culturas agrícolas, explica a redução da área total de pastagens. Mesmo assim, tem sido mantida a previsão do potencial de crescimento do rebanho bovino nacional, o qual deve atingir 230 milhões de cabeças em 2030. 

Entre 1996 e 2017, já se observou que o número de cabeças do rebanho bovino aumentou 2,1 vezes na Região Nordeste, 1,9 vezes na Região Norte e 1,4 vezes na Região Centro-Oeste. Entretanto, as Regiões Sudeste e Sul mantiveram o tamanho dos rebanhos no período.

Das cinco Regiões brasileiras, quatro apresentaram diminuição da área de pastagens entre 1995/96 e 2017. No Sudeste houve uma redução de 32%; no Sul, de 30%; no Nordeste de 25% e no Centro-Oeste, de 14%. Verifica-se que apesar da redução das áreas de pastagens no Nordeste e Centro-Oeste, os rebanhos nessas regiões aumentaram de tamanho.

Apenas a Região Norte apresentou crescimento da área de pastagens no mesmo período, de 28%. Mesmo assim, entre os anos de 1995/1996 e 2017, os Estados com maiores áreas ocupadas por pastagem foram Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Em grande parte dos municípios brasileiros verificou-se uma redução das áreas de pastagens naturais em comparação às plantadas. Os Estados com maiores extensões ocupadas por pastagens naturais em 2017 foram Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Os estados com maiores áreas ocupadas por pastagens plantadas foram Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Estima-se também que 47% das pastagens brasileiras mostram algum grau de degradação. Os estados da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Pará apresentam acima de um milhão de ha de pastagens em más condições.

A aplicação de tecnologias adequadas de restauração e manejo são necessárias para o uso mais racional dessas áreas.

O Brasil apresenta condições para a manutenção e aumento da produção pecuária, principalmente ao adotar tecnologias adequadas e sistemas integrados de produção que incluam o componente animal. 

Nesses sistemas, o milho ou o sorgo são consorciados com gramíneas forrageiras e sucedem a soja na mesma área de cultivo, permitindo a produção do pasto durante parte da estação seca do ano, após a colheita de grãos ou silagem. 

O aprimoramento das estratégias de uso da terra agricultável no Brasil deve elevar a produção e a produtividade pecuária, garantindo a sustentabilidade da atividade, e, ainda, irá manter o Brasil como o maior exportador de carne do mundo.

Fonte: Cicarne

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