
Produtor não terá opção de escapar da pressão sobre o boi com a concentração que virá na nova conformidade da pecuária de corte. Antes três, agora apenas dois grandes nomes vão “ditar” o mercado, JBS e Minerva.
Querer enxergar dificuldades para o JBS (JBSS3) com a compra bilionária que o Minerva (BEEF3) fez do Marfrig (MRFG3), como alguns se apressaram a comentar logo depois do anúncio da transação de R$ 7,5 bilhões, é a análise mais fora da realidade possível. Muito pelo contrário, já que a JBS aumenta seu reinado com a compra bilionária da Minerva, exercendo ainda mais pressão no mercado de originação do boi gordo para abate.
A grande jogada dos Vilela de Queiroz, os compradores, e de Marcos Molina, o vendedor, vai é ajudar o grupo dos irmãos Batista. Sendo assim, em muitas das grandes praças pecuárias pelo país, os produtores não terão muitas opções, será “ou abate lá ou abate cá”. A saída da Marfrig do mercado de carne in natura tira a terceira opção da mesa de negociações pelo boi gordo.
Com a concentração aumentada na compra de boi, com o Minerva levando 11 plantas brasileiras do Marfrig (de 16 no total) – se o Cade não impor restrições -, o JBS tende a ganhar também com animal mais pressionado. Precisamos relembrar ainda que o volume de animais próprios em seus confinamentos tem crescido e reduzido a dependência da indústria em épocas de menor oferta de gado nas praças.
De forma mais ilustrativa, como apontou o site Capitalist, quem quiser fugir do frigorífico sediado em Barretos, que do terceiro lugar deve saltar para o segundo em volume de abate, não terá como escapar do maior grupo brasileiro, enquanto o Marfrig ficará com apenas quatro indústrias e praticamente fora da carne in natura.
Ressaltamos que, espera-se que o JBS não vai pagar mais, nas regiões onde haverá sobreposição de unidades, inclusive porque o retrato de mercado abaixo dele não muda, mesmo com só um concorrente ao invés de dois. O que Marfrig compra e abate vai passar para o Minerva quando a transação estiver concluída.
Não tem pedaço do negócio do JBS sob ameaça, nem na originação de matéria-prima, nem na comercialização interna e externa. A escala que o Minerva terá ajudará a neutralizar o cenário inconstante do mercado de carne crua, mas não invadirá a raia do principal player.
“Para o pecuarista, no entanto, a rádio “zapeão” mostra um misto de apreensão, espanto e alguma preocupação. No todo dos grupos pecuários, o sentimento predominante é que a maioria “não gostou” por ver menos uma porta de saída para o elo base da cadeia… O tempo dirá“, afirmou Rodrigo Albuquerque, do Notícias do Front.
Minerva se consolida ainda mais no mercado da carne bovina
Com a operação, a Minerva Foods dá um salto em sua atuação no mercado de carne bovina: a Companhia ampliará sua capacidade de abate e desossa de bovinos para 42.439 cabeças/dia, em comparação ao atual volume de 29.540 cabeças/dia, representando um aumento, portanto, de aproximadamente 44% nesse indicador.
Com base na análise de sensibilidade feita para a operação, a receita líquida das plantas adquiridas somada com a receita líquida atual da Companhia resultará num montante superior a R$ 50 bilhões. Outras vantagens competitivas da transação incluem a captura de sinergias na frente logística, oportunidades de expandir e aprimorar a distribuição, além da ampliação do acesso a clientes internacionais, reforçando a liderança da empresa na exportação de carne bovina desde a América do Sul.
Serão adquiridas 11 plantas e 1 Centro de Distribuição no Brasil, 1 unidade industrial na Argentina e outras 3 fábricas no Uruguai. O negócio envolveu ainda a compra de 1 planta de cordeiros no Chile, contribuindo para a estratégia de diversificação de proteínas e atuação em mercados de nicho e de alto valor agregado.
No total, a Companhia passa a ter 40 plantas de abate e desossa de bovinos: são 21 unidades no Brasil, 5 no Paraguai, 6 na Argentina, 6 no Uruguai e 2 na Colômbia. No segmento de cordeiros, a empresa passa a ter 5 plantas e capacidade total de abate e desossa de 25.716 cabeças/dia, sendo 4 plantas na Austrália, e 1 planta no Chile, ampliando seu acesso a mercados premium.
De acordo com Fernando Queiroz, CEO da Minerva Foods, a empresa já acumula mais de 30 anos investindo diariamente para levar carne bovina da melhor qualidade para diversos mercados internacionais e essa operação, além de reafirmar a liderança da Companhia na exportação de carne bovina desde a América do Sul, representa mais um passo em sua missão de contribuir para a alimentação sustentável do planeta.
“Estamos muito entusiasmados com esse movimento, que está em linha com a nossa estratégia de diversificação geográfica e complementa de forma única a nossa operação na América do Sul, que é um dos mercados mais competitivos do mundo. Isso colocará a nossa Companhia em outro patamar, nos dará acesso a novos clientes internacionais, maximizará as oportunidades comerciais e sinergias operacionais, reduzindo riscos e ampliando a nossa capacidade de competir no mercado internacional de proteína animal”, completa o executivo.
Compre Rural com informações Capitalist e Assessroria
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