A decisão ocorre em um momento de baixa oferta de gado nos EUA, devido a secas severas e restrições nas importações do México, elevando os custos da matéria-prima para os frigoríficos. Diante disso, JBS fechará fábrica de carne bovina
A gigante brasileira do setor frigorífico JBS fechará fábrica de carne bovina permanentemente a planta localizada em Riverside, na Califórnia, nos arredores de Los Angeles, nos Estados Unidos. O encerramento das atividades está previsto para o dia 2 de fevereiro de 2026 e afetará diretamente 374 trabalhadores, que terão seus postos de trabalho eliminados.
A decisão ocorre em meio a uma grave escassez de gado no mercado norte-americano, cenário que tem pressionado os custos de produção das grandes indústrias frigoríficas do país e provocado reações políticas e econômicas. Apesar disso, a JBS afirmou que a medida não está relacionada diretamente à baixa oferta de animais, e sim à reorganização estratégica da companhia para simplificar operações e fortalecer o foco em produtos de valor agregado e prontos para consumo.
JBS fechará fábrica de carne bovina em meio a estratégia de reestruturação
A planta em questão pertence à Swift Beef Company, subsidiária da JBS, e era especializada no processamento de carne bovina para venda direta em supermercados, sem realizar o abate de animais. Segundo o comunicado da empresa, a produção será realocada para outras unidades nos EUA, e os trabalhadores terão a oportunidade de concorrer a vagas em outras plantas do grupo.
“A empresa continua focada em fornecer produtos de alta qualidade e serviços confiáveis, ao mesmo tempo em que fortalece sua presença operacional para atender às demandas do mercado em evolução”, declarou a JBS.
Unidade da Swift Beef em Riverside será encerrada em fevereiro de 2026; empresa alega estratégia de reestruturação, mas escassez de gado pressiona setor nos EUA
Impacto do mercado: gado escasso e carne cara
Embora a JBS tente dissociar a decisão da conjuntura de mercado, o fechamento da fábrica ocorre em um contexto de queda histórica no rebanho bovino dos Estados Unidos, impulsionada por períodos prolongados de seca que atingiram as pastagens e pela recente suspensão das importações de gado mexicano, um dos principais fornecedores externos do país.
Esse cenário levou os preços da carne bovina a patamares recordes em 2025, gerando insatisfação popular e reações do próprio presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou os frigoríficos de manipular preços e determinou investigações sobre a formação de valores no setor.
A pressão sobre os frigoríficos é tamanha que outras empresas também vêm sendo impactadas. A Tyson Foods, por exemplo, anunciou o fechamento de uma importante planta de abate em Nebraska, com cerca de 3.200 funcionários, em janeiro.
Nova aposta: couro natural e diversificação
Enquanto fecha uma de suas fábricas de carne, a JBS se movimenta para lançar a JBS VIVA, uma nova processadora de couro natural. O projeto vem na esteira da aquisição da totalidade da Vanz Holding, e representa uma estratégia de diversificação da companhia, mirando produtos de maior valor agregado e oportunidades de crescimento em mercados menos pressionados pela oferta animal.
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