Serão investidos cerca de R$ 2,7 milhões para a realização de pesquisas exploratórias e aplicadas que identifiquem o potencial de espécies nativas.
O The Good Food Institute Brasil apresentou na 27 Conferência Climática das Nações Unidas (COP27) seu mais novo projeto de incentivo à pesquisa, o “InovAmazônia: Ingredientes para o Mercado de Alimentos Vegetais”. Com apoio técnico e financeiro do Fundo JBS pela Amazônia, o objetivo do programa é desenvolver soluções e ingredientes alimentícios para a indústria de proteínas alternativas vegetais, conhecidas como plant based, a partir de espécies nativas do bioma amazônico.
A apresentação ocorreu nesta semana, durante o painel “Zero-conversion food – Feeding a growing world in ways that enable recovery of biodiverse lands and waters“, realizado no Pavilhão de Sistemas Alimentares. Com a presença de autoridades brasileiras e executivos de empresas do país, a COP27 foi encerrada na sexta-feira (18), em Sharm El Sheikh, no Egito.
Serão investidos cerca de R$ 2,7 milhões para a realização de pesquisas exploratórias e aplicadas que identifiquem o potencial de espécies nativas como açaí, babaçu, cacau, castanha do Brasil, cupuaçu, guaraná e tucumã para a indústria plant based. Para isso, o programa vai envolver 40 pesquisadores capacitados em proteínas alternativas e em estratégias para elaboração de propostas competitivas, assim como seis parcerias com universidades locais.
Transformação de sistemas alimentares
“Nossa agenda na COP27 tem dois focos principais: transformação dos sistemas alimentares, que são responsáveis por mais de 30% das emissões de gases do efeito estufa; e participação do sul global na criação de soluções para a crise climática, tendo em vista a necessidade de financiar talentos que estejam próximos aos problemas que precisam ser resolvidos, levando em conta as particularidades de cada território”, disse Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil e participante do painel Zero-conversion food.
“Investimento massivo em ciência e tecnologia para transformar o sistema alimentar brasileiro” — Gustavo Guadagnini
Segundo ele, “o Projeto InovAmazonia, que conta com investimentos do Fundo JBS Pela Amazônia, une esses dois aspectos: é um investimento massivo em ciência e tecnologia para transformar o sistema alimentar brasileiro, ao mesmo tempo em que financia parcerias entre pesquisadores e comunidades realmente afetadas pelos problemas que visa resolver, gerando incentivos para manter a floresta em pé, de forma sustentável e com respeito ao conhecimento ancestral das comunidades
produtores”.
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Fundo JBS quer aproximar a pesquisa científica da Amazônia
Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia, também participante do painel, destacou que o propósito do fundo é justamente aproximar as pesquisas acadêmicas do potencial da Amazônia em gerar renda a partir das cadeias de abastecimento florestal e da preservação da floresta.
“Temos que fortalecer a relação entre indústria e pesquisadores para que o processo tenha mais eficiência” — Andrea Azevedo
“Precisamos promover este salto na inovação e olhar para o bioma amazônico como uma oportunidade, e não como um problema. A conservação da biodiversidade tem um real potencial econômico. Para isto, temos que fortalecer a relação entre indústria e pesquisadores para que o processo tenha mais eficiência e se torne um grande hub na bioeconomia do Brasil”, afirmou Andrea.
Pesquisadores interessados em participar da iniciativa devem enviar as suas propostas até o dia 12 de dezembro de 2022 e os resultados serão divulgados no dia 23 de janeiro de 2023. Mais informações podem ser obtidas no edital do projeto. Dúvidas devem ser encaminhadas para o e-mail ciencia@gfi.org.
Fonte: Agência Safras
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