
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40 milhões pertencentes ao pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como “Carlinhos Boi”, e a três de seus filhos
A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que aponta a família como responsável por um incêndio de grandes proporções no Pantanal. O caso ficou conhecido como “muralha de fogo” devido à intensidade das chamas, que chamaram atenção nacional. As informações são do g1.
De acordo com a investigação, o fogo teria sido iniciado propositalmente no dia 1º de junho do ano passado, em uma fazenda ocupada irregularmente pela família, na região do Tamengo — uma das áreas mais biodiversas do bioma. O objetivo seria limpar a vegetação nativa para transformá-la em pastagem, usada na criação ilegal de gado em terras da União.
Danos ambientais e medidas judiciais
A juíza federal Sabrina Gressler Borges determinou a suspensão imediata de qualquer atividade produtiva nas áreas atingidas, exigindo também a retirada dos animais mantidos ilegalmente no local, às custas dos próprios réus. Os terrenos deverão ser mantidos em pousio, permitindo a regeneração natural da vegetação.
Outra medida aplicada foi o bloqueio dos registros da família junto à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO/MS), impedindo a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA). O objetivo é evitar novos ganhos econômicos com práticas consideradas irregulares, além de interromper o ciclo de ocupação ilegal.
Um laudo técnico anexado pelo MPF indica que os réus costumam queimar a vegetação nativa todos os anos, como forma de renovar a pastagem utilizada na criação de gado de corte.
Viralização e operação da PF
As imagens do incêndio viralizaram nas redes sociais durante os festejos juninos de Corumbá. Um vídeo mostra a comemoração de São João sendo realizada com uma intensa cortina de fogo ao fundo, episódio que gerou comoção e revolta na população.
Ainda segundo o g1, em outubro do ano passado, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra a família de Carlos Augusto. Um dos filhos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma, e outro foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos.
A PF estima que o incêndio destruiu cerca de 6,5 mil hectares, atingindo inclusive áreas de preservação permanente às margens do Rio Paraguai e terras devolutas — espaços protegidos por lei para conservação ambiental ou segurança nacional.
Urgência na proteção do Pantanal
Na decisão, a Justiça destacou a gravidade do impacto ambiental e reforçou a urgência em interromper qualquer atividade que agrave ainda mais a degradação do bioma. Os danos, segundo o MPF, são irreversíveis e trazem prejuízos incalculáveis à fauna, à flora e à população da região.
A reportagem do g1 informa que tentou contato com a defesa da família, mas até a publicação desta matéria, não havia obtido resposta.
Escrito por Compre Rural com informações do G1
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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