Sem quórum, tribunal do Cade havia travado operações bilionárias de compra e fusão, uma delas, é a compra das plantas frigoríficas da Marfrig pela Minerva. Nesta terça (21), Lula (PT) escolheu quatro nomes para o órgão, que foram publicados no Diário Oficial da União.
As atividades estão paralisadas no tribunal do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O motivo é a ausência de um quórum mínimo para as votações, o que travou a conclusão de operações bilionárias de compra e fusão de empresas. Um negócio de R$ 7,5 bilhões envolvendo a Minerva e a Marfrig, que estava travado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pode ser analisado nos próximos meses.
Com o fim do mandato de quatro anos de quatro conselheiros do órgão entre outubro e início de novembro, o tribunal do Cade está com apenas três dos sete conselheiros da sua composição, o que impede a apreciação dos principais processos. Mas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta segunda-feira (20), quatro nomes para compor o Cade pelos próximos quatro anos. Os nomes foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (21).
Operações de Cade voltam em breve; nomes foram escolhidos
Nesta terça (21), o mandatário escolheu quatro nomes para o órgão, que foram publicados no Diário Oficial da União. Eles podem ser sabatinados em breve na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) no Senado Federal, e depois serão votados no plenário.
Os indicados são:
- José Levi Mello do Amaral Júnior, na vaga decorrente do término do mandato de Luiz Augusto Azevedo de Almeida Hoffmann.
- Camila Cabral Pires Alves, na vaga decorrente do término do mandato de Sérgio Costa Ravagnani.
- Diogo Thomson de Andrade, na vaga decorrente do término do mandato de Luis Henrique Bertolino Braido.
- Carlos Jacques Vieira Gomes, na vaga decorrente do término do mandato de Lenisa Rodrigues Prado.
O Cade analisa e decide sobre as fusões, aquisições de controle, incorporações e outros atos de concentração econômica entre grandes empresas que possam colocar em risco a livre concorrência. Também tem como função investigar e julgar cartéis e outras condutas nocivas à livre concorrência, além de realizar ações educativas para instruir o público sobre condutas que podem prejudicar a livre concorrência.
Negociação entre Minerva e Marfrig
A Minerva Foods (Minerva S.A. – B3: BEEF3 | OTC – Nasdaq International: MRVSY), líder em exportação de carne bovina in natura e seus derivados na América do Sul, anunciou a aquisição de plantas de abate e desossa de bovinos da Marfrig, localizadas na América do Sul, pelo valor de R$ 7,5 bilhões em agosto deste ano. Porém, a transação está sujeita à análise e aprovação das respectivas autoridades concorrenciais, que estão paralisadas neste momento, mas devem ser analisadas em breve.
É preciso ressaltar, antes de mais nada, que não existe “culpa” por parte dos envolvidos nas negociações, mas sim uma questão política do órgão que precisa aprovar tais aquisições e fusões. Entre as operações que esperam uma decisão estão a compra da Minerva e sua controlada Athn Foods Holdings por R$ 7,5 bilhões de unidades de abate de bovinos e ovinos da Marfrig, gigante do setor, que foi anunciada no final de agosto.
Outra negociação parada é a fusão de US$ 34 bilhões entre Bunge e Viterra, da Glencore, em junho. A compra pela Nestlé em setembro da participação majoritária na empresa brasileira Grupo CRM, que produz os chocolates da Kopenhagen, também está em compasso de espera.

Minerva negociou por R$ 7,5 bilhões plantas de abate da Marfrig
Com a operação, a Minerva Foods dá um salto em sua atuação no mercado de carne bovina: a Companhia ampliará sua capacidade de abate e desossa de bovinos para 42.439 cabeças/dia, em comparação ao atual volume de 29.540 cabeças/dia, representando um aumento, portanto, de aproximadamente 44% nesse indicador.
A companhia controlada por Fernando Queiroz está pagando R$ 7,5 bilhões pelo conjunto de ativos – sendo R$ 1,5 bilhão de sinal e o restante quando a transação obtiver aprovação do CADE. O JP Morgan estendeu uma linha de crédito de R$ 6 bilhões que ficará disponível por 18 meses e terá um prazo de 2 anos.
Com base na análise de sensibilidade feita para a operação, a receita líquida das plantas adquiridas somada com a receita líquida atual da Companhia resultará num montante superior a R$ 50 bilhões. Outras vantagens competitivas da transação incluem a captura de sinergias na frente logística, oportunidades de expandir e aprimorar a distribuição, além da ampliação do acesso a clientes internacionais, reforçando a liderança da empresa na exportação de carne bovina desde a América do Sul.
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Serão adquiridas 11 plantas e 1 Centro de Distribuição no Brasil, 1 unidade industrial na Argentina e outras 3 fábricas no Uruguai. O negócio envolveu ainda a compra de 1 planta de cordeiros no Chile, contribuindo para a estratégia de diversificação de proteínas e atuação em mercados de nicho e de alto valor agregado.
No total, a Companhia passa a ter 40 plantas de abate e desossa de bovinos: são 21 unidades no Brasil, 5 no Paraguai, 6 na Argentina, 6 no Uruguai e 2 na Colômbia. No segmento de cordeiros, a empresa passa a ter 5 plantas e capacidade total de abate e desossa de 25.716 cabeças/dia, sendo 4 plantas na Austrália, e 1 planta no Chile, ampliando seu acesso a mercados premium.
O movimento ainda contribui para que a Minerva Foods esteja cada vez mais bem posicionada para atender à crescente demanda mundial por carne bovina, por meio da plataforma número 1 em eficiência desta proteína oriunda da América do Sul.
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