Lula diz que usará estoque para regular preço dos grãos

Produtos como milho, arroz, feijão, trigo, café e outros, terão os seus preços regulados através do controle de estoques pelo Governo Federal. Para Lula, a fome no País não é falta de dinheiro, mas “falta de vergonha” de quem governa o País.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira, que está nos seus planos de combate à fome no país retomar os estoques reguladores de grãos, usados em seu governo para ajudar a controlar o preço dos alimentos, a partir do incentivo ao aumento da produção agrícola de pequenos produtores.

“Aumentando a produção agrícola se pode fazer o estoque, fazendo o estoque pode controlar o preço colocando mais produto no mercado. Nós fizemos isso”, disse Lula.

A estratégia, assim como já dito anteriormente em outros discursos, será utilizada a Conab para tal feito.“A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) era uma coisa muito importante no meu governo porque através da Conab a gente fazia uma espécie de estoque regulador. Quando o feijão estava subindo demais a gente então colocava o feijão no mercado para baratear. A gente vai fazer isso.

Os estoques reguladores públicos de grãos, administrados pela Conab foram progressivamente sendo encerrados a partir do governo de Michel Temer. Produtos como milho, arroz, feijão, trigo, café e farinha de mandioca, tradicionais na dieta brasileira, tem hoje estoques zerados ou praticamente zerados nos armazéns públicos.

A política passou a ser de estoques privados, com a premissa de que o próprio mercado ajudaria a regular o preço.

Para Lula, a fome no País não é falta de dinheiro, mas “falta de vergonha” de quem governa o País.

Na coletiva, Lula ainda prometeu, se eleito, fortalecer cooperativas agrícolas, apontando que irá incentivar a formação de pequenas cooperativas no campo para retomar o crescimento da produção de pequenos agricultores, com garantia de crédito e seguro safra, como uma das formas de aumentar a produção de alimentos no país.

Vamos criar crédito e ao mesmo tempo uma espécie de seguro, fundo, para que se a pessoa quebrar você possa com aquele fundo cobrir as necessidades da pessoa”, seguiu o petista, que busca fortalecer as pontes com o agronegócio, bastante ligado ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Lula diz que, se eleito, Conab vai atuar como estoque regulador de alimentos
Foto: Divulgação

Para Lula, a fome no País não é falta de dinheiro, mas “falta de vergonha” de quem governa o País. “Você pode facilitar o aumento da produção agrícola, sobretudo com o pequeno e médio produtor rural. Você pode fazer estoque e, fazendo estoque, controlar o preço. Vai colocar mais produto no mercado quando o preço estiver alto. Fizemos isso, a Conab era uma coisa importante no meu governo. Na Conab a gente guardava uma espécie de estoque regulador”, afirmou o candidato ao Palácio do Planalto.

Alianças

Em entrevista, Lula foi perguntado sobre o investimento de Bolsonaro no Nordeste, neste segundo turno, inclusive com a distribuição de recursos mesmo durante o período eleitoral.

O ex-presidente ironizou a presença de Bolsonaro na quinta-feira em Recife, que juntou poucas dezenas de pessoas, e respondeu: “Bolsonaro pode gastar o que quiser, mas o destino dele está traçado. No dia 1º de janeiro ele vai ter que colocar a faixa no meu pescoço”.

Recife é a quarta cidade em dois dias visitada pelo ex-presidente, em uma maratona pelo Nordeste para incentivar as candidaturas de aliados neste segundo turno.

Com o candidato do PSB, aliado do PT, em quarto lugar, em Pernambuco Lula salientou a adesão do partido e, principalmente, do PSB, à candidatura de Marília Arraes (Solidariedade) ao governo do Estado. Marília deixou o PT por não ter espaço no partido para ser a candidata ao governo, na aliança entre PT e PSB que colocou Danilo Cabral como candidato.

Neste segundo turno, os dois partidos se uniram a ela que, apesar de prima do prefeito de Recife, João Campos (PSB), rompeu com esse lado da família há vários anos.

Raquel Lyra (PSDB) é a outra candidata no segundo turno.

Compre Rural com informações da Reuters e Estadão Conteúdo

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