Lula erra em discurso ao tentar “lacrar” com o Agro

Ele disse que, em seus antigos governos, empresários do setor agropecuário podiam comprar máquinas e equipamentos com empréstimos pagando juros de 2% ao ano, mais uma tentativa de “lacrar” que deu errado!

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma declaração com erro de informação na 3ª feira (6.jun.2023). Ele disse que, em seus 2 primeiros mandatos (de 2003 a 2010), empresários do setor agropecuário podiam comprar máquinas e equipamentos com empréstimos pagando juros de 2% ao ano. Na realidade, as taxas oficiais para as modalidades de compra nunca foram menores do que 3% sob o petista (em 2009-10).

Lula sempre gosta de comparar seu Governo com o seu antecessor, mas errou mais uma vez ao tentar “acusar” o ex-presidente Bolsonaro de “juros abusivos” para o setor do agro. Sob Jair Bolsonaro (PL), houve taxa mínima de 2,8% (2020-21). A rigor, a taxa de juros mínima de Lula esteve acima de 5% ao ano em 7 dos seus 8 anos no poder. No mandato bolsonarista, ficou sempre em, no máximo, 3%.

A frase completa de Lula durante a Farm Show, evento do setor na Bahia foi a seguinte: Quem é da agricultura sabe o que aconteceu no tempo em que o PT governava. Vocês compravam essas máquinas pagando 2% de juros ao ano, hoje pagam 18%, 19%. Está quase impossível de as pessoas pagarem. E entendemos que é obrigação do Estado criar condições e ajudar. Dizer que não precisa do governo é mentira, todo mundo precisa do governo”.

Assista ao momento em que Lula fala de juros de 2% ao ano:

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Lula fez uma tremenda confusão com dados irreais ou, no mínimo, imprecisos, ao comentar sobre a taxa de juros para financiar equipamentos agrícolas. Ele “chutou” um percentual de “18%, 19%”; quando, na realidade, não ultrapassa 12,5%. Nesse caso, o correto seria informar que o juro real atual é de 6,7%.

O petista afirmou, como se observa, que os juros estão hoje em “18%, 19%” para quem deseja comprar máquinas e equipamentos agrícolas. Na realidade, os juros nominais atuais atingem até 12,5% na modalidade Moderfrota, voltada a tratores agrícolas, implementos associados, colheitadeiras e equipamentos para beneficiamento de café.

A seguir, as taxas de juros mínimas e máximas para crédito agrícola (o que inclui maquinário) ao longo dos anos, inclusive nos mandatos da petista Dilma Rousseff (2010-2016), quando as taxas tampouco estiveram em 2% ao ano como disse Lula:

É possível que Lula possa ter desejado dizer que os juros reais (quando é descontada a inflação) para compra de máquinas e equipamentos para o agronegócio em seus governos anteriores seriam de 2%. Mas mesmo isso está errado.

Em apenas 2 anos a taxa real ficou próxima desse percentual. Isso se deu em 2004-2005 (juro real máximo de 2,3%) e em 2007-2008 (juro real mínimo de 1,3%).

Mas se tivesse realmente desejado falar sobre juros reais, o presidente fez grande confusão ao citar as taxas de hoje para essa modalidade de empréstimo como sendo de 18% a 19%. Nesse caso, o certo seria dizer que o juro real atual é de  6,7%. Em suma, ao fazer a declaração na Bahia no início da semana, Lula fez afirmações recheadas de imprecisões.

É importante registrar que o juro real mais baixo para os programas agrícolas foi de -2,1% no governo Lula (ou seja, a taxa que se pagava ficava 2,1% abaixo da inflação anual). Ocorre que durante a administração Bolsonaro, o juro real chegou a atingir –7,1%. Com a pandemia de covid-19 e guerra na Ucrânia, todos os anos sob Bolsonaro registraram taxas reais negativas para o agronegócio, quando considerados os percentuais mínimos cobrados.

Lula diz que o Agronegócio depende do Governo

O petista discursou na abertura de uma feira internacional de tecnologia agrícola, na Bahia. Em sua participação, ele ainda defendeu os investimentos públicos a fim de dar suporte às atividades agrícolas ao redor do país.

“Se não é o Estado colocar o dinheiro, muitas vezes o agronegócio não estaria do tamanho que está para financiar máquinas, safra e garantir exportações”, disse o presidente. Segundo ele, é “mentira” dizer que os produtores do setor não precisam do governo. “Dizer ‘não preciso do governo’ é mentira. Todo mundo precisa do governo, o pequeno, o médio e o grande [agricultor]. Se o governo não colocasse dinheiro, talvez o agro não estaria do tamanho que está”, disse. Error, group does not exist! Check your syntax! (ID: 7)

Compre Rural com informações da Assessoria e Poder 360

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