Ícone da música country encerra sua trajetória nos palcos, após décadas de sucesso e hits eternos, com apresentação marcada para junho de 2026, em Nashville, ao lado de grandes nomes do gênero.
A lenda da música country, Alan Jackson, anunciou oficialmente aquele que será o último show de sua carreira, intitulado “Last Call: One More for the Road – The Finale”. O evento está marcado para o dia 27 de junho de 2026, no Nissan Stadium, em Nashville (EUA) a capital mundial da música country. O anúncio, feito pela revista People, marca o encerramento de uma jornada musical que atravessou mais de três décadas de sucesso e influenciou gerações inteiras de artistas.
Alan Jackson, de 66 anos, reuniu um verdadeiro time de estrelas para seu espetáculo de despedida. Luke Bryan, Eric Church, Luke Combs, Miranda Lambert, Riley Green, Cody Johnson, Jon Pardi, Carrie Underwood, Keith Urban e Lee Ann Womack já estão confirmados, e outros nomes devem ser anunciados em breve. O evento promete ser uma celebração da música country tradicional, estilo que Jackson ajudou a manter vivo em meio à modernização do gênero.
Em declaração à People, o cantor afirmou: “Foi uma longa jornada, e ela me levou a lugares que eu nunca imaginei.” Jackson também revelou que um dólar de cada ingresso vendido será destinado à CMT Research Foundation, entidade que financia pesquisas para a cura da doença de Charcot-Marie-Tooth, enfermidade neurológica rara que o cantor enfrenta há anos.
Alan Jackson tornou público seu diagnóstico em setembro de 2021, revelando que convivia com a doença havia cerca de 10 anos. O artista contou que os sintomas, perda de equilíbrio e dificuldade de locomoção, começaram a afetar suas apresentações ao vivo, o que o motivou a explicar a situação aos fãs.
“Não quero que pensem que estou bêbado no palco, porque tenho problemas de mobilidade e equilíbrio. Tenho uma neuropatia hereditária, que herdei do meu pai”, declarou na época. “Não é uma doença fatal, mas acaba me incapacitando aos poucos.”
A doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) é uma condição degenerativa que afeta os nervos periféricos, responsáveis pelo controle muscular e sensibilidade. Embora não tenha cura, pode ser tratada com fisioterapia e acompanhamento médico, permitindo que o paciente mantenha qualidade de vida.
Com uma carreira que começou nos anos 1980, Alan Eugene Jackson, nascido em 17 de outubro de 1958, em Newnan, Geórgia, se destacou como um dos maiores representantes do country neotradicional. Inspirado por George Jones e Merle Haggard, ele sempre manteve o som clássico em suas produções, mesmo em tempos de experimentações pop no gênero.
Sua história em Nashville começou em 1987, quando se mudou com a esposa Denise Jackson, que teve papel fundamental ao apresentar o marido ao empresário de Glen Campbell. Dois anos depois, Alan assinou com a Arista Nashville, tornando-se o primeiro artista da gravadora.
O sucesso veio rapidamente com o álbum “Here in the Real World” (1990), que incluiu os hits “Wanted” e “Chasin’ That Neon Rainbow”. Mas foi com músicas como “Chattahoochee”, “Don’t Rock the Jukebox” e “Where Were You (When The World Stopped Turning)”, escrita após os atentados de 11 de setembro de 2001 — que ele consolidou sua reputação como voz autêntica do homem comum americano.
Durante sua trajetória, Jackson lançou mais de 20 álbuns de estúdio e emplacou 26 músicas no topo das paradas da Billboard Country. Recebeu dois Grammys, 16 prêmios da CMA (Country Music Association) e foi introduzido no Grand Ole Opry em 1991, um dos maiores reconhecimentos possíveis para um artista country.
Além disso, foi homenageado com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2010 e incluído no Hall da Fama da Música da Geórgia em 2001.
Seu álbum gospel “Precious Memories” (2006) e seu projeto “Drive”, inspirado em lembranças com o pai e as filhas, mostram o lado mais emocional e espiritual de sua obra — aspectos que o tornaram ainda mais querido pelo público.
A turnê “Last Call” iniciou em 2022 e percorreu os Estados Unidos como uma celebração da carreira e da autenticidade de Jackson, um artista que nunca se afastou de suas raízes. Agora, com o show final anunciado, fãs do mundo todo se preparam para um momento histórico da música country — não apenas uma despedida, mas uma homenagem à força, fé e perseverança de um homem que transformou sua dor em arte.
“Não quero que sintam pena de mim, quero que se lembrem das boas músicas, das histórias e dos momentos que compartilhamos”, disse Alan Jackson em uma de suas últimas entrevistas.
Com o encerramento da turnê em 2026, Alan Jackson se despede dos palcos como um verdadeiro símbolo da tradição country americana, deixando um legado imortal de honestidade, emoção e paixão pela música. 
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