Maior produtor de soja de São Paulo enfrenta desafios nesta safra

A distribuição tardia das chuvas ao final do ciclo e temperaturas atingindo 40°C prejudicaram o crescimento do grão em Itapeva.

Silvio Langleberto Malutta, um produtor de soja, enfrenta uma situação desafiadora em suas lavouras, onde as temperaturas chegaram a atingir surpreendentes 40°C, algo incomum para a região de Itapeva, principal município produtor de soja no estado de São Paulo.

O calor intenso não poupou nem mesmo as áreas irrigadas. Na safra anterior, Malutta alcançou uma média de produção de 75 sacas por hectare. No entanto, para a atual safra, ele projeta uma produção máxima de 50 sacas.

Mesmo com temperaturas mais amenas durante a noite, a soja continua a enfrentar desafios, pois continua respirando e gastando energia, resultando no aumento do abortamento de flores e vagens.

Em relação à área e produtividade de soja em Itapeva, houve um aumento de 88 para 90 mil hectares da safra 2022/23 para a atual. Entretanto, a produtividade média do município, que costumava girar entre 65 e 68 sacas por hectare nas últimas temporadas, está prevista para sofrer uma redução significativa.

Paulo Lúcio Martins, secretário de Agricultura de Itapeva, destaca que as chuvas tardias na região, combinadas com as temperaturas elevadas, devem resultar em uma perda de produtividade estimada entre 15% e 20%. Essa conjunção de fatores representa um desafio adicional para os agricultores da região, exigindo adaptações e estratégias para enfrentar os impactos climáticos.

A revisão de contratos tornou-se uma prática comum entre os produtores da região, motivada pela perspectiva pessimista, conforme destaca Nestor Renato de Oliveira, vice-presidente do Sindicato Rural local.

O cenário desfavorável tem instigado muitos agricultores a reavaliarem seus contratos de arrendamento. Além disso, há a questão dos investimentos realizados em contratos de arrendamento de longo prazo, com períodos de cinco, oito ou até mesmo dez anos, que estão chegando ao término e demandam uma revisão imediata.

O produtor encontra-se desanimado diante da falta de perspectiva de melhoria, especialmente devido à baixa do preço do grão. Essa conjuntura impulsiona a necessidade urgente de reexaminar acordos contratuais para se adequar às condições atuais do mercado e garantir a sustentabilidade das atividades agrícolas na região.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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