Mapa incentiva debate sobre boas práticas de transporte marítimo de bovinos

Embora seja um dos maiores exportadores de gado vivo do mundo, Brasil ainda tem poucas informações sobre certificação de navios

O transporte marítimo de animais vivos do Brasil para o exterior tem quatro grandes desafios: a implantação de um relatório de bordo, com o registro de todas as ocorrências durante as viagens; o estabelecimento de critérios de construção dos embarcadouros – respeitando itens como a inclinação correta das rampas de embarque, piso antiderrapante e laterais dos bretes fechadas –; a retirada do mercado brasileiro dos navios sucateados; e o treinamento de todas as pessoas envolvidas.

A avaliação é da auditora fiscal federal agropecuária Mirela Eidt, da Coordenação de Boas Práticas e Bem-Estar Animal do Mapa.

Esses foram alguns dos assuntos abordados durante a segunda reunião técnica sobre boas práticas no transporte marítimo de animais vivos, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no final de agosto, em Belém.

Participaram do encontro representantes de todos os segmentos – público e privado – envolvidos com a atividade. Em novembro está prevista capacitação para servidores, administradores e operadores portuários do Pará.

Segundo Mirela Eidt, o Brasil é um dos maiores exportadores de gado vivo do mundo, mas há pouca informação sobre a estrutura e a certificação das embarcações, ocorrências sanitárias e de manejo registradas durante as viagens e treinamento adequado da mão de obra.

O país tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, com cerca de 217 milhões de cabeças.

Frota antiga

Na avaliação da veterinária, a certificação dos navios é um dos principais problemas, porque parte da frota é muito antiga e foi adaptada de outras finalidades (graneleiros, por exemplo).

Outra dificuldade é o registro do que ocorre a bordo durante as viagens.

Hoje, os animais viajam em baias que são ocupadas de acordo com o seu tamanho e peso. Em média, uma viagem em águas internacionais dura 21 dias, mas pode se estender por até 30 dias.

A duração depende do destino, da potência do motor do navio e das condições do mar.

Antes de serem embarcados, os animais ficam nos Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPE) por um tempo mínimo de 24 horas, conforme o protocolo sanitário existente com o país importador. Nas EPEs deve haver estruturas que facilitem a coleta de provas laboratoriais.

Nelas, os animais são avaliados, tratados e vacinados, como exigido pelo serviço veterinário oficial.

No Brasil, cinco portos embarcam animais vivos: Barcarena (PA), Rio Grande (RS); São Sebastião (SP); Imbituba (SC) e Itaqui (MA).

No acumulado de 2017 até julho, o Brasil exportou US$ 115,4 milhões. No ano passado, o montante foi de US$ 206,3 milhões, representando 229.807 animais.

Fonte: MAPA

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