Milho transgênico: 21 anos de dados confirmam segurança

Método faz com que alimento seja mais resistente a pragas, mas pode proporcionar riscos de difícil mensuração, as sementes de milho transgênicas são obtidas a partir da transferência de genes que representam características de interesse.

É comum que críticos aos transgênicos, na tentativa de colocar em dúvida a segurança dessa tecnologia, citem estudos com pouca credibilidade ou até mesmo trabalhos refutados veementemente pela comunidade científica. Entretanto, os próprios cientistas preferem análises mais profundas para tirar suas conclusões e investigam diversas outras pesquisas independentes revisadas por colegas da academia.

Essa técnica estatística chama-se meta-análise e foi exatamente a ela que uma equipe de pesquisadores italianos recorreu para avaliar a segurança do milho transgênico. O grupo analisou dados de testes feitos com o grão geneticamente modificado (GM) ao longo dos últimos 21 anos e concluiu que o cereal transgênico traz benefícios a saúde e ao meio ambiente. O trabalho foi publicado na Scientific Reports em fevereiro de 2018.

Os principais resultados revelam que o cultivo de milho transgênico promove aumento de até 25% (variando de 5,6% a 24,5%) na produtividade e que a tecnologia é eficiente no controle de pragas sem afetar insetos não-alvo. Além disso, o grão GM concentra 29% menos micotoxinas quando comparado ao milho não modificado. As micotoxinas são substâncias tóxicas produzidas por fungos que se alimentam do milho e podem intoxicar animais e humanos que consomem o alimento contaminado.

De acordo com a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, os achados da equipe de pesquisadores italianos confirmam a segurança desses produtos. “Inúmeros cientistas e agências reguladoras de todo o mundo, desde o princípio, sempre afirmaram que os alimentos transgênicos são tão seguros quanto os não modificados”, argumenta.

A meta-análise também derruba um outro mito muito difundido sobre os transgênicos, o de que eles não trazem benefícios econômicos aos produtores. Segundo o estudo, os agricultores de países desenvolvidos e de nações em desenvolvimento observaram aumento de rendimento. Inclusive, o trabalho italiano conclui que o aumento do cultivo de milho transgênico nos países em desenvolvimento poderia proporcionar aos agricultores e consumidores ganhos ainda mais substanciais.

Para compor a publicação foram selecionados estudos feitos de acordo com alguns critérios, a exemplo de terem sido conduzidos em condições de campo, da existência de um milho não transgênico cultivado em condições idênticas e da amostragem suficiente para análises estatísticas. Grande parte desses trabalhos foi realizado na América do Norte, na Europa (Alemanha, Espanha, França, entre outros) e na América do Sul, (Brasil, Argentina e Chile).

Fonte: Scientific Reports traduzido pelo cib.org.br

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