Mitos e verdades sobre consumo de carne bovina são debatidos na 2ª Fenagen em Pelotas

Pesquisadores defendem que carne magra, grelhada e consumida de forma moderada fornece todos os nutrientes necessários.

A programação da 2ª Feira Nacional de Genética Promebo (Fenagen Promebo), na Associação Rural de Pelotas, teve sequência nesta quinta-feira,03 de julho, com a palestra “Menos Mitos, mais Ciência – O Papel da Carne na Alimentação”. A Fenagen Promebo é organizada pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC).

Na abertura, o presidente da ANC, Joaquin Villegas, destacou a pertinência do tema já que, segundo ele, vivemos tempos em que muita informação e muita desinformação circulam por aí. “Em poucas áreas se sente isso tão de perto quanto na pecuária. Por isso, iniciativas como essa são fundamentais para trazer o conhecimento técnico, pesquisa séria e dados concretos, mostrando o papel essencial da carne na alimentação de qualidade e na segurança alimentar”, destacou.

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Na sequência, o coordenador de Relacionamento da Minerva Foods, Gabriel Beltrão, destacou que o evento propõe algo fundamental, que é a necessidade de esclarecer mitos, de trazer e mostrar a importância da carne de qualidade. “Nós, da Minerva Foods, queremos cada vez mais apoiar iniciativas como essa, junto à Embrapa e demais órgãos, para que possamos, cada vez mais, levar a informação correta para todos”, concluiu.

A primeira palestra foi a do Médico Veterinário, Pesquisador e Chefe-Geral da Embrapa Pecuária Sul, com sede em Bagé (RS), Fernando Cardoso. Ele esclareceu que, na verdade, a pecuária sustentável gera impactos positivos no meio ambiente e que o manejo do pasto e a escolha da dieta animal podem reduzir a pegada de carbono e neutralizar as emissões. “A pecuária é fundamental na economia brasileira, assim como a rastreabilidade”, citou.

Cardoso referiu como ameaças para a pecuária no Sul do Brasil a ampliação das áreas de agricultura, o que pressiona o efetivo bovino, e modelos de intensificação com sistemas altamente dependentes de insumos e recursos externos. Cardoso falou ainda sobre as pesquisas desenvolvidas na Embrapa Pecuária Sul no sentido de melhorar o manejo de solo e a eficiência de toda a cadeia pecuária.

Por fim, Cardoso referiu manifestação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), de 2019: “Os sistemas de produção pecuária são considerados como a estratégia social, econômica e cultural mais apropriada para manter o bem estar das comunidades, pois é a única atividade que pode, ao mesmo tempo, assegurar a subsistência, preservar os ecossistemas, promover a conservação da fauna silvestre e satisfazer os valores culturais e tradições”, concluiu.

A segunda palestra foi da também pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Elen Nalerio. Na mesma linha, ela falou sobre o mito de considerar a carne vermelha em geral como “vilã” na alimentação. “Vamos debater o assunto baseado em dados científicos, sem levantar bandeiras”, propôs. Elen citou pesquisas que mostram que tanto vegetarianos quanto pessoas que estão reduzindo o consumo de carne, o fazem por preocupação com a saúde.

Neste sentido, a pesquisadora informou que a confusão está em se analisar a alimentação como um todo, ou seja, a carne saudável normalmente está servida no prato com frituras como batatas-fritas, bacon e outras carnes processadas. “A carne magra, grelhada, tem alto valor proteico e é superada apenas pelo ovo. A carne fornece todos os aminoácidos essenciais”, conclui. Elen ressaltou ainda que idosos que consomem carne bovina apresentam maior ingestão e melhor adequação de nutrientes especiais, como proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B.

A atividade encerrou com uma avaliação sensorial proposta pela Embrapa onde o público degustou três amostras codificadas de carne bovina. A proposta foi identificar a amostra diferente quanto ao sabor entre as três.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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