Modelo de confinamento no sul do Brasil: veja as diferenças entre os estados 

Segundo levantamento da Scot Consultoria (2024), o confinamento no Brasil ultrapassou 7,5 milhões de bovinos em 2023, com a região Sul respondendo por cerca de 12% do total, demonstrando seu papel estratégico

O modelo de confinamento no sul do Brasil apresenta diferenças significativas em relação a outras regiões do país. Isso se deve a fatores como clima, topografia, estrutura fundiária e perfil produtivo dos estados do Sul — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mas será que a estratégia de confinamento deve ser a mesma em todos os lugares? Neste artigo, você vai entender as especificidades de cada estado e como elas impactam diretamente na eficiência e produtividade da pecuária.

O que torna o confinamento no sul do Brasil tão específico?

O primeiro ponto a ser considerado é o clima. A região Sul, em sua grande maioria, apresenta elevados índices de chuva em determinados períodos do ano, o que influencia diretamente na escolha das estruturas e no manejo do gado confinado. Isso exige investimentos diferenciados em infraestrutura, como galpões cobertos, drenagem eficiente e proteção contra frio intenso.

Além disso, os modelos variam em aspectos como:

  • Número de animais por área;
  • Uso de tecnologia na pecuária;
  • Integração com agricultura local;
  • Aproveitamento de subprodutos regionais.

Segundo levantamento da Scot Consultoria (2024), o confinamento no Brasil ultrapassou 7,5 milhões de bovinos em 2023, com a região Sul respondendo por cerca de 12% do total, demonstrando seu papel estratégico, embora com volume menor frente ao Centro-Oeste.

Paraná: escala e integração lavoura-pecuária

O modelo de confinamento no Paraná tende a ser mais aberto, voltado para escala e aproveitamento de recursos agrícolas. A topografia plana permite estruturas mais simples, com cochos lineares, pátios com cama seca e maior número de animais por área.

Um diferencial do estado é a integração lavoura-pecuária, prática que combina o cultivo agrícola com a criação de gado no mesmo espaço e em rotação planejada. Ela reduz custos, melhora o aproveitamento de insumos e contribui para a sustentabilidade do sistema.

De acordo com a FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), mais de 65% dos pecuaristas do estado já utilizam algum tipo de integração com a agricultura.

Santa Catarina: produtividade em pequenas áreas

Com propriedades menores e relevo mais acidentado, o modelo de confinamento em Santa Catarina é mais intensivo e adaptado ao espaço reduzido. São comuns estruturas semiabertas, uso de sistemas de manejo eficiente e foco em nutrição de alta qualidade para manter o desempenho do rebanho.

Outro diferencial é a proximidade com setores como a suinocultura e avicultura, que favorece o uso de subprodutos e fontes alternativas de alimentação — o que contribui para a viabilidade econômica do confinamento mesmo em escalas menores.

Rio Grande do Sul: modelo europeu e foco em controle sanitário

O confinamento no Rio Grande do Sul é caracterizado por estrutura mais fechada e protegida, inspirada nos modelos europeus. Isso se deve às chuvas constantes e ao inverno rigoroso, exigindo galpões cobertos, currais drenados e menor densidade de animais por metro quadrado.

Esse modelo favorece:

  • Maior controle sanitário;
  • Menor estresse térmico;
  • Maior previsibilidade de desempenho.

A nutrição de precisão ganha destaque, especialmente no inverno, quando o gasto energético dos animais aumenta.

Qual é o melhor modelo de confinamento no sul do Brasil?

A resposta é: depende. Não existe um único modelo ideal. Cada sistema deve ser adaptado à realidade da propriedade, considerando:

  • Clima e relevo;
  • Capacidade de investimento;
  • Disponibilidade de insumos;
  • Objetivo do sistema (venda direta, exportação, certificações, ciclo completo ou recria-engorda).

Com o apoio de ferramentas da Pecuária de Precisão, é possível tomar decisões mais assertivas e adaptar o sistema para alcançar melhores resultados zootécnicos e econômicos.

Conclusão

Entender as particularidades do confinamento no sul do Brasil é um passo estratégico para quem busca maior produtividade na pecuária. Ao alinhar clima, estrutura e objetivos produtivos, o pecuarista pode encontrar o modelo mais rentável para sua realidade.

Fonte: https://apecuariadeprecisao.com.br/

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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