Montado à cavalo, Bolsonaro proclama: “só Deus me tira do poder”

A Agrishow, nesta segunda, em Ribeirão Preto (SP), teve seu evento de abertura movimentado pela presença do presidente Jair Bolsonaro e de sua comitiva. Confira!

A 27ª edição da Agrishow, que se iniciou nesta segunda e segue até a próxima sexta-feira (29), em Ribeirão Preto (SP), teve seu evento de abertura movimentado pela presença do presidente Jair Bolsonaro e de sua comitiva. Uma motociata de apoiadores do presidente provocou um congestionamento de quatro quilômetros na rodovia Antônio Nogueira Duarte, de acesso ao parque. Mas a lentidão não desanimou o público em geral e os produtores que chegaram à feira, suspensa por dois anos em razão da pandemia, em busca das novidades.

Bolsonaro, que é pré-candidato à reeleição, abriu seu discurso dizendo que ‘só Deus’ vai tirá-lo da cadeira de Presidente da República. “Quero reforçar aqui. Só Deus me tira daquela cadeira”, disse. O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa nesta segunda-feira (25) da Agrishow, feira do agronegócio realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Bolsonaro chegou ao evento montado em um cavalo, que empacou em alguns momentos e precisou ser puxado por um ruralista.

“No passado soltavam bandidos e ninguém fala nada. Hoje eu solto inocentes”, continuou Bolsonaro, falando da graça concedida a Daniel Silveira, para que ele não cumpra a pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).  

Sem conversar com o público, Bolsonaro seguiu para a cerimônia de abertura da Agrishow, que começou às 10 horas, na Arena do Conhecimento. Durante o discurso do prefeito Duarte Nogueira, apoiadores do presidente gritaram: “Bolsonaro, cadê você, eu vim aqui só para te ver!”.

A fala do presidente Jair Bolsonaro, durante a cerimônia de abertura, foi marcada por explicações sobre o indulto ao deputado Daniel Silveira (condenado a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros e instituições como o próprio STF). 

Contudo, o dirigente tranquilizou os produtores em relação ao plantio da próxima safra ao garantir que, recentemente, quase 30 navios desembarcaram no Brasil com fertilizantes vindos da Rússia, país fornecedor do insumo. Além disso, ressaltou que aguarda a aprovação, na Câmara dos Deputados, de um projeto de lei que permitirá a exploração do subsolo de áreas indígenas para a extração de potássio, matéria-prima na produção de fertilizantes. 

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, que também é produtor rural, elogiou o homem do campo. “Ele não parou nem nos momentos mais graves da pandemia de Covid-19”, lembrou, acrescentando que essa atitude permitiu que se “mexesse pouco” com a produtividade rural.

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Para o ministro da Agricultura Marcos Montes, Ribeirão Preto é o símbolo do agro no país e convidou o público a uma reflexão. “Vivemos a pandemia, algo que mexeu com o mundo todo e com o Brasil, mas mexeu pouco com a produtividade do homem do campo. A nossa indústria não parou e trabalhou dia e noite, nosso produtor rural não ficou em casa, trabalhou sem parar. Com a tenacidade e a persistência do homem do campo e a fé da indústria do campo, não paramos. O agro deu exemplo de acreditar que nós todos não podíamos parar de trabalhar e hoje estamos em uma feira que certamente vai bater recordes”, comentou.

Montes defendeu que, no governo Bolsonaro, eles mostraram que o Brasil não é só potência agrícola, mas também ambiental. “Nesse governo, nós do agro achamos um caminho e, se Deus quiser, não vamos perde-lo”, concluiu.

Armas

O chefe do Executivo comentou sobre o posse de arma para trabalhadores do campo, através do CAC (concessão de certificado de registro para pessoa física para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça). Segundo ele, a medida “desestimula invasões”.

“Povo armado jamais será escravizado. Temos aproximadamente 600 mil CACs, quero pelo menos mais 100 mil CACs no Brasil neste ano. Isso desestimula invasões e inclusive pode comprar fuzil. Não estou preocupado com o que vão falar por aí, que quero armar a população, quero que todo cidadão de bem, caso deseje, tenha sua arma em casa”, detalhou.

Voto impresso

Ao final de sua fala, o presidente disse que ele é muito criticado, mas continua com “a pele de deputado federal abaixo da camisa”. Ele deu uma “dica” para a escolha de voto em deputados e senadores: ver como os candidatos votaram e se posicionaram sobre a PEC do voto impresso, sobre a prisão de Daniel Silveira e sobre a PEC das Fake News. Para concluir, agradeceu ao trabalho do agronegócio e disse que é o que colabora com nosso PIB e garante a segurança alimentar de todo o Brasil.

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