Primeira mulher a integrar o corpo técnico da Associação, a veterinária mineira Eliana de Rezende Ferreira, dedicou quase quatro décadas à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, tornando-se referência em profissionalismo, sensibilidade e inclusão no setor
A pecuária zebuína brasileira perdeu, nesta segunda-feira (10), uma de suas figuras mais emblemáticas e pioneiras: Eliana de Rezende Ferreira, técnica de registro e jurada efetiva da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Natural de Juiz de Fora (MG), Eliana foi a primeira mulher a integrar o corpo técnico da ABCZ, abrindo portas e inspirando gerações de profissionais mulheres no universo historicamente masculino do Zebu brasileiro.
Uma trajetória marcada por pioneirismo e dedicação
Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-graduada em Microbiologia e Virologia, Eliana iniciou sua jornada na ABCZ há quase 40 anos, tornando-se símbolo de competência, dedicação e sensibilidade. Sua atuação se estendeu pelos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, até fixar-se em Belo Horizonte (MG), onde integrava há 13 anos a equipe do Escritório Técnico Regional da ABCZ.
Com um trabalho marcado pela orientação técnica, confiança e profissionalismo, Eliana levou o nome da ABCZ a milhares de criadores, ajudando a consolidar o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Era reconhecida por sua paixão pela lida no campo e pela habilidade em orientar, esclarecer e incentivar o uso de ferramentas de melhoramento genético com seriedade e entusiasmo.
Eliana de Rezende Ferreira: Uma mulher à frente do seu tempo
Além de ser pioneira como técnica de registro, Eliana também foi uma das primeiras mulheres a atuar como jurada em pista, participando de julgamentos importantes na ExpoZebu, principal feira da pecuária zebuína do mundo. Sua presença nas pistas simbolizava inclusão, respeito e excelência técnica, tornando-a referência entre colegas e criadores.
O presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, lamentou profundamente a perda:
“Nossos sentimentos a toda a família. Eliana era muito querida”, declarou.

Reconhecimento e legado
O legado de Eliana de Rezende Ferreira foi amplamente reconhecido pela ABCZ. Em 2018, durante a 11ª ExpoGenética, ela recebeu o Mérito ABCZ Mulher, homenagem concedida a mulheres que se destacam no fortalecimento da pecuária zebuína. Já em 2024, foi novamente homenageada pelo Museu do Zebu, em reconhecimento ao seu papel essencial no desenvolvimento da raça e na preservação da história do Zebu brasileiro.
Eliana sempre se orgulhou de “vestir o uniforme da ABCZ”, que considerava um privilégio e uma missão. Sua trajetória reflete o espírito de entrega, competência e amor pelo que fazia, valores que seguem como exemplo para as próximas gerações de profissionais do agro.
A ABCZ manifestou solidariedade à família, aos amigos e aos colegas de trabalho. Eliana deixa o marido, Marco Antônio, e o enteado, Gubert, além de um legado inestimável para a história da pecuária brasileira.
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