Mulheres na pecuária: minha vivência no confinamento

Me chamo Pâmela Pontes, sou estudante do 7º período de Zootecnia e, depois de anos tentando, conquistei meu espaço como estagiária em um confinamento de bovinos

Por muito tempo, a pecuária foi vista como uma área “masculina”, especialmente quando falamos de atividades como o manejo no confinamento. Mas isso está mudando e eu sou prova disso.
Me chamo Pâmela Pontes, sou estudante do 7º período de Zootecnia e, depois de anos tentando, conquistei meu espaço como estagiária em uma unidade de confinamento de bovinos.

Essa caminhada foi cheia de desafios, mas também de aprendizados e conquistas que me fizeram ter certeza de que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no curral.

Persistência que virou oportunidade

Desde 2017, quando me formei em Agronegócio, comecei a buscar oportunidades para fazer estágio na área de confinamento. Foram anos de tentativas sem sucesso. Em vez de desistir, decidi me fortalecer: iniciei a faculdade de Zootecnia e continuei correndo atrás do meu sonho.

Foi só em 2023, depois de muita insistência, que consegui meu primeiro estágio prático no confinamento da Fazenda Roseira da Serra, em Bofete (SP). Um momento que eu nunca vou esquecer, a jornada foi longa, não foi fácil e ainda não acabou!

No campo, enfrentando o preconceito com coragem

É claro que nem tudo foi fácil. Ser mulher no curral ainda causa estranhamento para alguns, principalmente em cidades pequenas onde todo mundo se conhece. Mas, com o tempo, percebi que o respeito se conquista com atitude, humildade e vontade de aprender.

Na fazenda, cada funcionário me ensinou um pouco de sua área. Fui acolhida por quem entendeu que eu estava ali para aprender e somar, não para competir, a minha competição é comigo mesma.

pamela pontes no confinamento
Foto: Divulgação

Mais do que gado, é produção de carne com bem-estar

Um dos momentos mais marcantes da minha vivência foi quando compreendi que por trás dos cochos de ração existe muito mais que gado confinado pra engorda, de verdade, que o confinamento vai além de dietas distribuídas no cocho ou animais nas baias. Aqui, a missão é produzir carne de qualidade, respeitando o bem-estar animal e os princípios técnicos que fazem a diferença no desempenho e na sanidade do rebanho. Isso mudou minha visão e reafirmou que é esse o meu lugar.

Um recado para outras mulheres

Se eu pudesse falar com cada mulher que sonha em atuar no agro, eu diria:

não desista. Vá atrás. Persista. Aprenda. E não tenha medo de errar.

O campo é, sim, lugar de mulher e nós temos muito a contribuir com organização, comprometimento, liderança e foco. Cada dia vejo mais mulheres chegando com força, transformando a realidade da pecuária com responsabilidade e profissionalismo.

Sobre a autora

Pâmela Pontes é estudante do 7º termo de Zootecnia na UNOESTE (Presidente Prudente). Natural de Bofete-SP, já é formada em Agronegócio pela FATEC Botucatu, tem MBA em Agronegócio pela Uniasselvi e especialização em Agronomia pela Dom Alberto. Atua no confinamento da Fazenda Roseira da Serra e compartilha sua vivência real no campo através de artigos para a Compre Rural.

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