Nottus observa que chuvas no inverno podem afetar lavoura de café

Condições climáticas entre junho e julho tendem a interferir no processo de colheita e na qualidade dos grãos em áreas produtoras, como em São Paulo e Sul de Minas Gerais.

As condições climáticas previstas para os próximos meses exigem atenção dos produtores de café nas principais regiões do país. A análise da Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios, indica que episódios de chuva durante o inverno, especialmente entre junho e julho, podem interferir no processo de colheita e na qualidade dos grãos, sobretudo, em áreas produtoras de São Paulo e sul de Minas Gerais.

Segundo Paulo Etchichury, CEO da Nottus, junho marca o início do período seco, mas o cenário climático atual, com o enfraquecimento do La Niña e o oceano Pacífico equatorial em neutralidade, favorece a atuação de frentes frias que podem alcançar o Sudeste do Brasil. O levantamento da consultoria mostra que há previsão de chuvas associadas à chegada de frentes frias nos primeiros dias de junho, com áreas de instabilidade principalmente em São Paulo e sul de Minas. “Este quadro coincide com o período de colheita do café, e, mesmo com baixos volumes, essas chuvas podem dificultar os trabalhos no campo e comprometer a maturação dos grãos”, afirma o meteorologista.

Os custos da estação de monta podem ser reduzidos

O CEO da Nottus analisa também que os episódios de precipitação previstos para os meses de inverno, embora contribuam para a reposição da umidade do solo, trazem um risco adicional ao cronograma das lavouras. “A umidade fora de hora pode impactar o rendimento e a qualidade do café, o que vai exigir monitoramento constante dos produtores”, diz. 

Segundo a Nottus, até o início de abril, as chuvas de verão favoreceram a recuperação das reservas hídricas nas regiões produtoras, mesmo com uma redução nos volumes em fevereiro e março. A transição para o período seco ocorreu gradualmente em maio, porém, com o padrão climático atual, as frentes frias seguem avançando do Sul em direção ao Sudeste.

Além das chuvas, há a possibilidade de episódios pontuais de frio intenso ao longo do inverno. Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus, explica que, apesar de não haver indicativos de um inverno rigoroso, é preciso considerar o risco de incursões de ar frio. “Ainda não houve registros de ondas de frio nas lavouras em 2025, mas com o avanço da estação, há potencial para que massas de ar polar atinjam o Sudeste, porém ainda sem risco de geadas que possam danificar as lavouras de café”, afirma.

O alerta é para que produtores mantenham atenção intensa ao monitoramento climático nas próximas semanas. “O cenário atual requer o acompanhamento constante das condições climáticas, já que as chuvas fora de época podem trazer desafios importantes para a colheita do café”, conclui Desirée.

Fonte: Nottus

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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