O consumo de carne de cordeiro no Brasil tem mostrado um aumento significativo nos últimos anos, refletindo mudanças nos hábitos alimentares e uma demanda crescente por opções de proteínas mais saudáveis
Recentemente, a carne de cordeiro tem ganhado mais espaço no mercado brasileiro, que tradicionalmente é dominado por carnes bovina, suína e de frango. O aumento do consumo per capita de carne ovina reflete mudanças nas preferências alimentares da população, que busca opções de carnes mais saudáveis. A produção e a comercialização de carne de cordeiro no Brasil estão em ascensão, com uma maior aceitação pelos consumidores e incrementos na oferta de produtos.
2. Contexto Histórico
2.1. Evolução do Consumo de Carne de Cordeiro
O Brasil sempre teve um consumo relativamente baixo de carne de cordeiro, especialmente quando comparado a carnes como a de boi ou a de frango. A produção de carne de cordeiro nas áreas rurais brasileiras tem crescido consideravelmente, especialmente em estados como o Rio Grande do Sul e a Bahia, onde a cultura do cordeiro é mais enraizada.
2.2. Produção de Carne de Cordeiro
O Brasil é um dos principais produtores de ovinos da América do Sul, com a criação de cordeiros se concentrando nas regiões Sul e Nordeste. O aumento na produção está ligado a uma melhor genética e manejo dos rebanhos, fatores que têm sido discutidos em estudos recentes. A produção de carne ovina vai além do mercado interno, com crescimento no interesse por exportação, especialmente em épocas de festividades como a Páscoa e o Natal.
3. Fatores que Contribuem para o Crescimento do Consumo
Diversos fatores têm impulsionado o aumento do consumo de carne de cordeiro no Brasil, conforme discutido a seguir:
3.1. Mudança nos Hábitos Alimentares
A crescente preocupação com a saúde tem levado os consumidores a explorar opções de carnes mais nutritivas. Estudos indicam que a carne de cordeiro é uma fonte rica em proteínas, ferro e zinco, com menor teor de gordura em comparação a outras carnes. Além disso, a carne de cordeiro é vista como uma opção de carne premium, atraindo consumidores em busca de qualidade.
3.2. Influência da Culinária Internacional
A popularização de pratos de diferentes culturas tem contribuído para a valorização da carne de cordeiro. A presença de restaurantes que oferecem pratos típicos de outras partes do mundo, como a culinária mediterrânea e a árabe, tem ampliado o interesse e a aceitação entre os consumidores brasileiros. A apreciação por pratos como o “kebab” e o “cordeiro assado” têm se tornado mais frequente, especialmente em áreas urbanas.
3.3. Promoções e Eventos Gastronômicos
Eventos gastronômicos, como feiras e festivais, têm sido fundamentais para promover o consumo de carne de cordeiro. O “Festival do Cordeiro” e outras iniciativas semelhantes permitem que os consumidores experimentem a carne em diversas preparações, além de receber informações sobre seu preparo e características. Esses eventos ajudam a disseminar conhecimentos sobre a carne de cordeiro e seu uso na culinária.
4. Desafios do Setor
Apesar do crescimento observado, o mercado de carne de cordeiro enfrenta alguns desafios que podem limitar sua expansão:
4.1. Preço
A carne de cordeiro geralmente tem um custo mais elevado em comparação com outras carnes, dado que sua produção exige cuidados especiais e intensa dedicação. Esse fator pode ser um obstáculo à sua popularização, especialmente entre consumidores que priorizam a economia na compra de alimentos. O preço da carne de cordeiro pode ser até 70% maior que o da carne bovina em certos momentos do ano.
4.2. Falta de Informação
A falta de informação e conhecimento sobre os diferentes cortes de carne de cordeiro e como prepará-los pode inibir o aumento do consumo. Muitas pessoas ainda estão inseguras sobre como cozinhar a carne de forma adequada, o que ressalta a necessidade de campanhas de educação alimentar. A falta de familiaridade com a carne, aliada à ausência de referências culturais fortes, pode limitar a aceitação.
4.3. Concorrência com Outras Carnes
No Brasil, o mercado de carnes é bastante competitivo, com a carne bovina e de frango dominando o consumo nacional. Para a carne de cordeiro ganhar mais espaço, é essencial destacar seus benefícios e criar campanhas que incentivem o seu consumo, especialmente entre as gerações mais jovens. Estudos recentes mostram que 80% dos brasileiros ainda preferem carne de frango e bovina em suas refeições diárias.
5. Perspectivas Futuras
As perspectivas para o consumo de carne de cordeiro no Brasil são otimistas. O aumento da urbanização e mudanças no estilo de vida, especialmente entre as classes médias e altas, devem continuar a impulsionar a demanda por opções de carnes variadas e saudáveis.
5.1. Potencial de Crescimento
O aumento da conscientização sobre alimentação saudável e a busca por proteínas alternativas indicam que o mercado de carne de cordeiro pode se expandir. A possibilidade de exportação para mercados emergentes também pode representar uma oportunidade significativa para os produtores. A diversificação de produtos, como cortes prontos e marinados, também pode atrair novos consumidores.
5.2. Ações Estratégicas
Para que o setor de carne de cordeiro aproveite essas oportunidades, será fundamental investir em estratégias de marketing que não apenas promovam a carne, mas também educar os consumidores sobre seus benefícios e formas de preparo. Fortalecer parcerias com chefs e influenciadores gastronômicos pode aumentar a visibilidade do produto e criar uma conexão emocional com o consumidor.
6. Conclusão
O consumo de carne de cordeiro no Brasil está crescendo, impulsionado por mudanças nos hábitos alimentares, influências culturais e um interesse crescente por alternativas saudáveis. Embora o setor enfrente desafios, como preço e falta de conhecimento, as perspectivas são positivas. Com a implementação de estratégias adequadas de marketing e promoção, a carne de cordeiro tem o potencial de se tornar uma opção essencial nas mesas brasileiras.
Referências
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Autor: Keniston F. de S. Cruvinel
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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