Você está preparado? Levantamento divulgado por Hyberville Neto revela que, elencando o maior desafio da pecuária em 2026, a reposição lidera as preocupações do setor, seguida pela incerteza política e pelo cenário econômico
A pecuária brasileira se prepara para um 2026 marcado por desafios que vão além da porteira. A avaliação vem diretamente dos produtores rurais e foi apresentada na coluna de Hyberville Neto — consultor e diretor da HN AGRO — publicada em parceria com a DBO, dentro do projeto Comitiva HN AGRO. O conteúdo reúne percepções colhidas durante a primeira rota da comitiva, realizada em novembro, com eventos em Marabá (PA), Araguaína (TO) e Imperatriz (MA) e aponta, ainda, os maiores desafios para a pecuária em 2026.
Durante os encontros, além de palestras sobre mercado, tecnologias e estratégias de hedge, a HN AGRO realizou uma pesquisa para entender quais serão, na visão dos pecuaristas, os maiores desafios da atividade em 2026.
O resultado mostra um setor atento aos movimentos macroeconômicos e preocupado com a estrutura de custos — especialmente em um ciclo marcado pela valorização do bezerro e pela pressão na reposição.
📊 Maiores desafios para a pecuária em 2026.

Reposição é a principal preocupação do produtor para 2026
Segundo os dados divulgados por Hyberville Neto, a reposição foi apontada como o maior desafio em todas as faixas de tamanho de rebanho. No consolidado geral, 53,6% dos entrevistados destacaram o item como fator de maior impacto para o próximo ano.
O consultor ressalta que o número é ainda mais significativo quando se considera que a amostra incluía produtores de cria e ciclo completo — grupos que, teoricamente, não compram reposição. Isso indica que, entre aqueles que realmente dependem da compra de bezerros, a preocupação é ainda mais elevada.
Essa percepção está associada ao comportamento recente do mercado. Desde 2022, o aumento dos abates de fêmeas vem reduzindo gradualmente a oferta de bezerros, fenômeno que se intensificou em 2024. Mesmo com oscilações sazonais no preço do boi gordo, o bezerro manteve firme valorização, ajustando a relação de troca e elevando os custos de reposição nos confinamentos e sistemas de ciclo curto.
A expectativa, segundo a análise de Hyberville, é de continuidade desse movimento: tanto boi gordo quanto bezerro devem manter preços positivos durante a fase de alta do ciclo pecuário — mas com o tradicional aperto na relação de troca, que costuma ser mais desfavorável ao comprador.
Incerteza política reforça o clima de instabilidade
O segundo item que mais preocupa os pecuaristas é a incerteza política, mencionada por 41,1% dos entrevistados. Hyberville destaca que o termo abrange um amplo conjunto de variáveis: ambiente regulatório, segurança jurídica, questões fiscais e, principalmente, volatilidade cambial.
Com a chegada das eleições de 2026, o consultor lembra que solavancos na bolsa e no câmbio devem se intensificar a cada novidade da corrida eleitoral. Esses movimentos afetam diretamente a competitividade da carne brasileira no mercado internacional, que depende de um câmbio favorável para manter margens robustas.
Além disso, medidas de caráter eleitoral — como gastos públicos excepcionais — podem gerar efeitos positivos no consumo no curto prazo, mas deterioram o ambiente fiscal e ampliam a instabilidade, criando um cenário mais difícil para o planejamento pecuário.
Economia também preocupa, mas fica em terceiro lugar
Em terceiro lugar no ranking aparece o cenário econômico, indicado por 28,6% dos participantes da pesquisa. A proximidade entre política e economia torna ambos elementos-chave nos riscos para 2026.
A expectativa é que oscilações econômicas — influenciadas por decisões governamentais, discussão fiscal e ambiente global — continuem interferindo nas margens, na formação de preços e na capacidade de investimento das propriedades.
Curiosamente, preços de venda e custos de produção, que normalmente figuram entre as maiores preocupações do produtor, ficaram nas últimas posições. Para 2026, o setor demonstra que teme mais o que acontece fora da porteira do que os desafios internos de manejo ou produção.
Um ano decisivo para a pecuária brasileira
O levantamento divulgado por Hyberville Neto reforça que a pecuária chega a 2026 sob influência direta de fatores estruturais:
- Reposição cara e escassa, puxada pelo ciclo pecuário e pelo abate de fêmeas;
- Incerteza política elevada, típica de um ano eleitoral;
- Ambiente econômico volátil, com possíveis impactos sobre demanda, câmbio e investimentos.
Para o consultor da HN AGRO, a combinação desses elementos exige do produtor planejamento, gestão de custos, uso de ferramentas de proteção financeira e atenção redobrada à conjuntura — especialmente ao mercado de bezerros, que seguirá como protagonista do ciclo.
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