O poder das plantas aquáticas no biomonitoramento ambiental

O biomonitoramento está entre as tecnologias pesquisadas e empregadas para avaliar se determinados ambientes aquáticos estão sob contaminação

Por Natyelle Santos Soares* – O Brasil é um grande produtor e exportador de culturas agrícolas do mundo, ocupando posição de destaque na produção de diversos produtos, como a soja, sendo o Brasil o maior produtor mundial dessa leguminosa. Para atingir esse resultado, os produtores fazem uso de tecnologias e de defensivos agrícolas nas culturas para que promovam a produção em sua capacidade máxima gerando mais lucros aos produtores e menos danos as plantações. Dessa forma, o uso de produtos químicos sintéticos tem crescido exponencialmente entre os grandes e pequenos produtores.

Há uma grande variedade de agrotóxicos que são classificados de acordo com seu alvo de ataque. A exemplo, temos os pesticidas que são substâncias químicas ou biológicas que agem no combate às pragas. Também existem os herbicidas, como a atrazina, que são utilizados contra as ervas daninhas e entre outras plantas competidoras. Todavia, o grande problema causado pelo uso desses produtos envolvem os diversos impactos negativos que eles podem provocar ao meio ambiente, como a contaminação da água potável, fator que pode promover um desequilíbrio ambiental, e até ocasionar a intoxicação de animais e do ser humano (SILVA, 2021). De fato, os agrotóxicos auxiliam na maior produtividade e crescimento da agricultura no país, mas o elevado uso tem levantado discussões e um alerta acerca das consequências para o meio ambiente.

O biomonitoramento está entre as tecnologias pesquisadas e empregadas para avaliar se determinados ambientes aquáticos estão sob contaminação. Essa metodologia é um processo de estudo que tem como objetivo analisar as condições ambientais de um determinado local por um período de tempo e aplicar mecanismos para recuperar e preservar aquele ambiente. Aliado ao biomonitoramento, pode-se aplicar o uso de bioindicadores, que são organismos que submetidos a determinadas condições ambientais, podem sinalizar problemas de origem natural ou decorrente da ação humana.

Uma ferramenta que tem se destacado como bioindicador são as macrófitas aquáticas, plantas que vivem em ambientes aquáticos e que apresentam rápido crescimento, ótima resposta a contaminantes e são espécies vegetais com alto potencial de biomonitoramento. Em um estudo realizado por Alonso et al. (2018), as macrófitas Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes L. demonstraram ser altamente tolerantes a poluição de diversas fontes e apresentaram crescimento contínuo mesmo em ambiente contaminado.

Outro fator importante das macrófitas são a capacidade de absorver metais dos ambientes aquáticos contaminados. A espécie Pistia Stratiotes apresenta a capacidade de absorver, concentrar e precipitar metais tóxicos da água contaminada através do uso de suas raízes.

Dessa forma, as macrófitas se mostram plantas importantíssimas por suas características na utilização como biondicadores, o que tem gerado muitos estudos nas últimas décadas e produzido resultados promissores quanto à sua utilização em ambientes aquáticos contaminados.

*Licenciada em Química pelo Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde
Mestranda em Agroquímica pelo Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde

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