O que você precisa saber sobre identificadores de gado; entenda

Marcação e identificação do rebanho não são apenas procedimentos: são ferramentas de gestão que garantem controle, reduzem erros e transformam o manejo em um negócio mais rentável e seguro

Marcar e identificar o gado não é apenas uma tradição do campo, é uma estratégia que pode transformar a gestão do rebanho. Saber exatamente qual animal é qual permite monitorar saúde, crescimento, reprodução e desempenho, garantindo decisões mais rápidas e precisas que impactam diretamente na produtividade e na rentabilidade da fazenda. No agronegócio moderno, informação confiável vale tanto quanto o próprio rebanho.

Hoje, existem métodos que vão do tradicional ao tecnológico, como brincos eletrônicos e sistemas de rastreabilidade, capazes de fornecer dados detalhados para cada animal. Quando aplicadas corretamente, essas técnicas não apenas facilitam o manejo diário e reduzem perdas, mas também protegem o bem-estar dos animais e transformam cada marca em uma ferramenta estratégica de negócio.

Por que identificar o rebanho é estratégico

Marcar o gado não é só ritual: é controle. Quando cada animal tem um código único e confiável, o produtor consegue detectar precocemente doenças, avaliar desempenho por lote, planejar repasses genéticos e tomar decisões com dados reais, não no achômetro. Além disso, sistemas de identificação bem aplicados reduzem perdas operacionais e tornam a logística de venda e transporte mais segura.

Métodos de identificação: do tradicional ao tecnológico

Existem quatro principais métodos de identificação, cada um com suas vantagens e cuidados específicos:

Brincos

São práticos e fáceis de ler a pasto. Devem ser aplicados com higiene para evitar infecções, e em animais adultos recomenda-se contenção em troncos. Como explica Carmen Perez no MF Cast:

“O brinco eletrônico a gente usa no curral, o brinco de identificação a pasto, e a tatuagem serve como dupla identificação. Se um se perder, ainda tem o outro. E se os dois se perderem, a tatuagem garante a identificação.”

Ferro a frio

Marca permanente obtida com nitrogênio líquido. Produz identificação visível e duradoura, mas demanda equipamento e cuidado para não danificar a pele ou o pelo do animal. É solução para quem precisa de marcação definitiva, mas o custo é fator limitante.

Colares

Utilizados principalmente em bezerros, são temporários até que seja aplicada uma marca definitiva. Devem ser ajustados para não machucar nem atrapalhar os movimentos.

Brincos eletrônicos

Permitem armazenar dados do animal e monitorar movimentos, oferecendo rastreabilidade completa. No entanto, o investimento deve ser planejado e o produto precisa ser de qualidade para garantir durabilidade e segurança. Como relata Carmen Perez:

“Tivemos uma taxa de retenção de 99% nos bottons e 98% nos brincos. Isso só foi possível usando o equipamento certo, material de qualidade e fazendo o furo na hora certa. Não adianta comprar qualquer brinco barato que quebra fácil.

Por que a marcação a fogo não é tão confiável

Embora seja tradicional, a marcação a fogo apresenta margem de erro alta. Estudos realizados em fazendas mostram que até 18% das leituras podem estar erradas. Para qualquer gestão que dependa de dados confiáveis, esse número é considerado muito alto.

“Na pecuária do futuro, não podemos admitir 18% de erro. Se queremos tomar decisões estratégicas, precisamos de dados precisos. A identificação correta é, além de bem-estar animal, uma estratégia de negócio.” — Carmen Perez

O que você precisa saber sobre identificadores de gado; entenda

Benefícios de uma identificação bem feita

Além de reduzir erros e facilitar a gestão, a identificação correta torna os manejos no curral muito mais eficientes. Não é preciso gritar números ou se preocupar com confusão de animais: a informação passa direto para o software de gestão, simplificando todo o processo.

“Se perde um brinco, ainda tem o outro. Se perde os dois, tem a tatuagem. Tudo certo. Mas é preciso investir em tecnologia e treinamento para que o sistema funcione de verdade.

Cuidados e legislação

Antes de aplicar marcas diretas na pele, é essencial seguir as normas locais quanto ao tamanho da marca, registro e exigências sanitárias. Cada estado possui regulamentações específicas, então consulte as autoridades competentes antes da aplicação.

Marcar o gado é muito mais que tradição: é gestão, estratégia e proteção do rebanho. Quando feito com técnica, cuidado e equipamentos de qualidade, cada marca se transforma em informação confiável, reduz erros, garante bem-estar e aumenta a eficiência da fazenda. Investir em identificação correta é investir na rentabilidade e no sucesso do negócio.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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