Oferta restrita mantém preços do boi gordo firmes, mas até quando? Veja as cotações

Apesar de fundamentos como consumo elevado e exportações aquecidas sustentarem os preços da arroba do boi gordo em dezembro, existe relato de queda pontual – R$ 1/@ em São Paulo

O mercado do boi gordo no Brasil iniciou dezembro com relativa firmeza nos preços, sustentado por uma oferta interna limitada de carne bovina e pela demanda aquecida, tanto no mercado doméstico quanto nas exportações. No entanto, uma queda pontual de R$ 1/@ registrada em São Paulo reacende o debate sobre até quando essa firmeza será mantida.

Oferta restrita mantém pressão de alta

De acordo com o Cepea/Esalq, a disponibilidade interna de carne bovina em novembro foi de apenas 517 mil toneladas, o menor volume registrado desde março de 2023. Essa escassez tem forçado a indústria a recorrer ao mercado spot para completar as escalas de abate, o que mantém as cotações firmes no início de dezembro.

Ainda segundo o Cepea, as projeções para dezembro indicam continuidade desse cenário de restrição de oferta, justamente em um período sazonalmente caracterizado por maior consumo, o que favorece a sustentação dos preços.

Cotações da arroba e comportamento regional

Em São Paulo, os preços apresentaram um recuo pontual de R$ 1/@ nesta quinta-feira (11/12), segundo levantamento da Scot Consultoria. A arroba do boi gordo comum caiu para R$ 321/@, enquanto o “boi-China” segue cotado a R$ 325/@ (valores brutos, a prazo).

Por outro lado, nas regiões de Tocantins e Pará, onde as escalas de abate dos frigoríficos estão mais longas, os compradores têm conseguido testar preços menores, gerando negócios abaixo da referência de mercado.

Já em praças como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, a disputa pelo boi pronto e a escassez de oferta mantêm os preços estáveis, limitando a pressão de baixa imposta pelos frigoríficos.

Ajuste pontual do boi gordo ou sinal de tendência?

Apesar da queda pontual em SP, analistas avaliam que não se trata de uma tendência. Segundo o zootecnista Felipe Fabbri, da Scot Consultoria, o movimento é mais um ajuste de mercado do que uma virada estrutural. Ele destaca que as escalas de abate nos frigoríficos paulistas estão, em média, com 11 dias de programação, algumas já mirando o início de janeiro de 2026 devido às férias coletivas.

A Agrifatto reforça que a demanda interna estável e o bom ritmo de exportações de carne bovina in natura ajudam a valorizar os lotes homogêneos e impõem descontos apenas aos animais fora do padrão.

B3 acompanha com leve recuo

Na bolsa B3, os contratos futuros do boi gordo também registraram leve queda no pregão de quarta-feira (10/12). O contrato com vencimento em dezembro de 2025 foi negociado a R$ 319,90/@, queda de 0,67% em relação ao dia anterior.

O que esperar daqui para frente?

A tendência, segundo analistas, é de manutenção do atual patamar de preços, desde que nenhuma surpresa negativa apareça no radar. O comportamento da demanda interna durante as festas de fim de ano, aliado à continuidade das exportações, será determinante para o rumo do mercado.

Enquanto as praças de SP, MG, MS e GO devem preservar as referências, Tocantins e Pará podem continuar sob alguma pressão baixista no curto prazo.

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