Óleo de amendoim pode ser mais saudável que azeite, diz estudo

O amendoim é um alimento funcional, com propriedades que atuam na prevenção de doenças cardiovasculares, também ajuda na prevenção do desenvolvimento de câncer; óleo de amendoim chega às gôndolas do supermercado

O amendoim é uma das leguminosas produtoras de grãos mais plantadas em todo o mundo devido ao seu alto conteúdo de proteína e óleos insaturados. É extremamente importante na alimentação dos povos de alguns países da América Latina, da África e Ásia. Achados arqueológicos de mais de 3,7 mil anos fundamentam a utilização do amendoim na dieta dos povos pré-colombianos.

Suas sementes, ricas em óleo e proteínas, são produzidas abaixo da superfície do solo. Este é um dos alimentos mais nutritivos e, ao mesmo tempo, de fácil digestão. Por isso, contribuiu bastante para a nutrição da humanidade pré-histórica.

NP Zanchetta Cerealista de amendoim
Foto: Divulgação

Atualmente são diversos os outros alimentos feitos com amendoim. Entre os mais populares, estão a farinha, o óleo, a pasta de amendoim, a paçoca, o pé de moleque e o torrone. As sementes também podem ser consumidas como petisco, in natura, torradas e salgadas, ou trituradas para doces e sobremesas.

Nos próximos 25 anos, o amendoim pode deixar de ser visto como um mero tira-gosto e se tornar um dos alimentos mais importantes do mundo. Pelo menos é o que acreditam especialistas que se reuniram na 5ª Conferência Internacional da Comunidade Científica de Amendoim, promovida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Embrapa/Cenargen).

O que faz os especialistas acreditarem que o grão pode adquirir um papel mais central na alimentação mundial são algumas de suas características. A qualidade do óleo do amendoim é superior ao do azeite de oliva, o que pode ajudar na prevenção de doenças cardíacas. Além disso, os grãos apresentam grandes concentrações de vitamina E, um antioxidante que previne câncer, diabetes e doenças autoimunes, e de proteína, podendo substituir a carne em países onde há escassez desse alimento.

NP Zanchetta Cerealista de amendoim
Foto: Divulgação

Saúde: Benefícios do amendoim 

Os ácidos graxos monoinsaturados contribuem para aumento dos níveis de colesterol HDL, o ‘colesterol bom’, e não aumentam as taxas do colesterol LDL, o ‘colesterol ruim’, no sangue. Isso evita o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose (entupimento das artérias), pois o LDL provoca aumento na deposição de placas de gordura nas artérias, o que impede o fluxo de sangue. Ele ainda ajuda a diminuir o colesterol ruim e controlar os níveis de triglicérides, além de equilibrar o metabolismo.

O óleo de amendoim apresenta alta digestibilidade (98%), elevados conteúdos de vitamina E e teores consideráveis de vitaminas B1 e B2. A rica composição em ácidos graxos coloca essa oleaginosa entre as mais importantes fontes de óleo vegetal. A farinha é rica em vitaminas do complexo B, com o dobro da quantidade de aminoácidos essenciais à dieta humana.

NP Zanchetta Cerealista de amendoim
Foto: Divulgação

 Os estudos indicam que os óleos ricos em gorduras poli-insaturadas geram níveis elevados de aldeídos quando submetidos a altas temperaturas. Em contrapartida, os ácidos graxos monoinsaturados são muito mais estáveis quando submetidos ao calor, esse é o ponto forte do óleo de amendoim, composto de aproximadamente 80% de gorduras monoinsaturadas.

Não é à toa que o mercado internacional se interessa tanto por esse grão. Ele pode se tornar mais importante, em termos alimentares, do que a soja, aposta a pesquisadora da Embrapa/Cenargen Soraya Bertioli, uma das coordenadoras da conferência. Segundo Howard Valentine, diretor executivo do American Peanut Council (APC), estudos clínicos feitos nos Estados Unidos mostram que pacientes que consomem uma porção do grão por dia têm menor chance de desenvolver males como a diabetes.

O amendoim é uma importante leguminosa, junto com o feijão e a soja, não só como alimento proteico e energético, mas também como um dos principais produtores de óleo. Como a população busca por óleos vegetais com elevada quantidade de ácidos graxos poli-insaturados, porém com maior estabilidade oxidativa, o óleo de amendoim passa a ser uma alternativa de uso em processos térmicos. Vale destacar que o amendoim não é transgênico como a maioria dos óleo de soja, milho e canola.

Mindol - óleo de amendoim em embalagens de 900ml 2
Foto: Divulgação

Uso e benefícios do óleo de amendoim na cozinha

Alguns países como Bélgica, Chile e França permitem para utilização em frituras óleos vegetais com, no máximo, 2% de ácido linolênico em sua constituição“. Para se ter uma ideia o óleo de soja ultrapassa esse valor tem aproximadamente 4,52%, algumas análises do óleo de amendoim apresentaram o valor de 0,07%, quase 85% menor.

Alto ponto de fumaça – A fritura e o cozimento a altas temperaturas (próximo de 180°C) causam a oxidação dos óleos e gorduras, que é quando as estruturas moleculares reagem com o oxigênio do ar formando aldeídos e peróxidos de lipídio, substâncias que têm sido relacionadas a doenças do coração e câncer.

A rede de restaurantes fast-food norte-americana, Five Guys, encontrou no óleo de amendoim o segredo para tornar suas batatas fritas deliciosas. Em vez de economizar com óleo mais barato, a empresa se recusa a usar qualquer coisa que não seja óleo de amendoim. “Muitas pessoas preferem usar óleos hidrogenados para deixar as batatas fritas mais crocantes, mas queremos aquele sabor amanteigado que derrete na boca que o óleo não hidrogenado oferece”, disse o proprietário da empresa. 

Lançamento do óleo de amendoim no Brasil

A extração de óleo de amendoim está crescendo no Brasil, visando este nicho de mercado uma cerealista do interior de São Paulo, a NP Zanchetta, resolveu lançar no país o Mindol, óleo de amendoim em embalagens de 900ml. O produto chega às gôndolas dos supermercados com valores competitivos.

Mindol - óleo de amendoim em embalagens de 900ml.
Foto: Divulgação

Segundo Caique Zanchetta, vice-presidente da empresa, o lançamento é fruto de muitas pesquisas objetivando alcançar um produto de qualidade, que trará mais qualidade aos pratos culinários dos brasileiros. “Este óleo, rico em ômega 9, uma gordura monoinsaturada conhecida como ‘gordura do bem’, não só realça o colesterol bom, mas também desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças cardiovasculares.” – comenta o diretor.

A NP Zanchetta é uma cerealista do ramo alimentício que trabalha exclusivamente com amendoim, desde a secagem até a industrialização. A empresa é pioneira na torrefação de amendoim e sempre direcionou seus esforços na busca de novos mercados e inovações, atualmente a empresa processa diariamente 310 toneladas de amendoim. O óleo de amendoim logo estará presente nas gôndolas dos supermercados em todo o Brasil.

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