Os impactos do La Ninã cria alerta para condições climáticas mais severas

Os tornados que atingiram Brasília são conhecidos como landspout e o risco de temporais, alguns fortes e severos, permanece em Brasília nesta semana.

Foi confirmado, pela Climatempo, a terceira primavera em sequência com o fenômeno climático La Ninã, que deve afetar o regime de chuvas e as temperaturas em inúmeras áreas da produção agrícola no país. A data de início da nova estação no Brasil é às 22h04 desta quinta-feira (22).

A consultoria afirmou, em publicação veiculada na última segunda-feira (19), que as águas do Oceano Pacífico Equatorial Leste se encontram com temperatura abaixo do considerado normal, o quê caracteriza o fenômeno La Ninã.

Desta forma, as preocupações se voltam para o Sul do Brasil, que deve sentir os impactos dessas condições climáticas de forma mais severa. No próximo mês, no centro-oeste, sul do Paraná, planaltos norte e sul, na serra de Santa Catarina, norte, centro e leste do Rio Grande do Sul, a tendência é de que o volume de precipitações já fique abaixo da média.

“Serão responsáveis por períodos prolongados de precipitações frequentes e até volumosas na porção centro e norte da Região Sudeste, na parte norte do Centro-Oeste, em áreas do Pará, do Tocantins e da Bahia”, complementa.

“Estas pancadas de chuva ficam cada vez mais comuns nas tardes e noites da primavera no Sul, no Sudeste, no Centro-Oeste e no Norte do Brasil, voltando a ocorrer também em alguns locais do sul do Maranhão, sul do Piauí e do oeste da Bahia”, afirma a consultoria.

De novembro em diante, espera-se volume de chuva um pouco abaixo da média, além dos modelos indicarem temperatura acima da média também em grande parte da área, especialmente no centro-oeste do Rio Grande do Sul.

No decorrer da próxima estação, ainda conforme a Climatempo, espera-se o aumento gradual da disponibilidade de umidade e calor, o que facilita a formação de nuvens carregadas.

A tendência, para a Sudeste Brasil, é de que as frentes frias passem a avançar com certa sequência, entretanto, os modelos indicam que a maioria deve avançar de forma oceânica, com maior impacto nas áreas de litoral.

Veja a previsão da Climatempo para o Sudeste nos próximos três meses:

Outubro: precipitação total ao fim do mês dentro a acima da média em quase todo o Sudeste; tendência de menos chuva do que o normal no ES, norte do RJ e nas regiões mineiras do Vale do Rio Doce e do Vale do Jequitinhonha; temperatura a acima da média na Região, de forma geral.

Novembro: volume de chuva um pouco acima da média no norte, litoral norte de SP e Vale do Paraíba em SP, centro-sul de MG, incluindo Zona da Mata, e sudoeste mineiro (Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba), quase todo o estado do RJ; total de chuva acima da média no norte do RJ, no ES e centro-norte e leste de MG; tendência de menos chuva que o normal no oeste e sul de SP e de total de chuva próximo da média no centro, noroeste e centro-leste de SP, incluindo a Grande SP e Baixada Santista; temperatura dentro a abaixo da média na maioria das áreas do Sudeste; média de temperatura próxima do normal no leste, sul, centro e oeste de SP.

Dezembro: chuva acima da média no em quase todo o ES, no leste, centro, norte e quase todo o oeste de MG; total de precipitação um pouco acima da média no fim do mês no sudoeste de MG (inclui Triângulo), no Sul de MG, Grande BH, Zona da Mata Mineira, sul do ES, estado do RJ, Vale do Paraíba, litoral norte e extremo norte de SP; chuva dentro da média no noroeste e centro-leste de SP (inclui Grande SP e Baixada Santista); volume de chuva um pouco abaixo do normal para o mês no centro, sul e oeste de SP; temperatura um pouco abaixo da média no leste de SP, no sul do RJ, sul de MG, centro, oeste e norte de MG; temperatura próxima do normal no restante da Região.

Veja a previsão da Climatempo para o Centro-Oeste nos próximos três meses:

Outubro: volume de chuva acima da média no centro-sudeste de MT, leste de GO e DF; dentro a acima da média nas demais áreas de MT e de GO; dentro a abaixo da média no sul e leste do MS, dentro a acima da média nas demais áreas de MS; temperatura próximo da média na Região, de forma geral.

Novembro: o volume total de chuva neste mês deve ser um pouco acima da média normal em quase todas as áreas de MT, de GO e no extremo norte de MS; deve chover mais do que a média no norte e nordeste de GO, no DF e no extremo nordeste de MT; tendência de menos chuva que o normal no centro-sul e sudeste de MS; temperatura próxima da média na maioria das áreas de MT e de MS; temperatura um pouco abaixo da média no leste de MT, GO, no DF e no nordeste de MS; mais calor do que o normal no sul de MS.

Dezembro: chuva dentro do normal no oeste de MT e na faixa centro-oeste e centro-leste de MS; o total de precipitações no fim do mês deve ficar um pouco acima da média na maioria das áreas de MT, na faixa norte de MS e no sul de GO; volume de chuva acima da média no noroeste e leste de MT, no DF e em quase todas as áreas de GO; menos chuva do que a média no centro-sul e sudeste de MS; temperatura dentro da média histórica em quase toda a Região; temperatura um pouco abaixo da média climatológica no DF, no norte e centro-leste de GO.

Veja a previsão da Climatempo para o Nordeste do Brasil:

Outubro: volume de precipitação dentro a acima da média na Bahia e em Sergipe; total de chuva um pouco abaixo da média nos demais estados do Nordeste. As temperaturas ficam próximas da normalidade na maioria das áreas da Região.

Novembro: o volume de chuva deve ficar próximo do normal no norte do Maranhão, no centro-norte do Piauí, no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas; acima da média no sul do Maranhão, sul do Piauí e em quase toda a Bahia. Total de chuva um pouco acima da média em Sergipe e nas demais áreas da Bahia, do Piauí e do Maranhão e temperatura dentro da média em quase toda a Região. Temperatura um pouco abaixo do normal no extremo sul do Maranhão, no oeste e extremo sul da Bahia.

Dezembro: Total de chuva um pouco acima da média na maioria das áreas do Nordeste; volume de chuva próximo do normal no nordeste do Maranhão, no centro-norte do Piauí, no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e no extremo norte da Bahia. Chuva acima da média no sul e sudoeste da Bahia, incluindo região de Ilhéus, Porto Seguro e o Planalto da Conquista e temperaturas dentro da média em quase toda a Região.

Tornados

No último final de semana, tornados atingiram a região de Brasília, Distrito Federal. O primeiro episódio foi registrado em Samambaia e atingiu a área urbana da localidade. A ventania arrastou diversos objetos pela rua. O vento, ainda, destelhou algumas casas e vários imóveis ficaram danificados.

O risco de temporais, alguns fortes a severos, permanece em Brasília nesta semana. A cidade terá dias de sol, nuvens e momentos de maior nebulosidade com pancadas isoladas e risco de tempestades localizadas mais da tarde para a noite até quarta-feira. Entre quinta-feira e o começo da semana que vem, com o canal de umidade que vai se organizar com o avanço de uma frente fria, a chuva será frequente na área do Distrito Federal com pancadas por vezes fortes a torrenciais e risco maior de temporais na região.

O tipo de tornado que atingiu a região de Brasília

Os tornados que atingiram Brasília são conhecidos como landspout, no jargão da Meteorologia dos Estados Unidos. O termo landspout é de do meteorologista Howard B. Bluestein e foi pra primeira vez usado em 1985.

O tornado deste tipo não ocorre sob a presença de mesociclone de uma tempestade. Tornados desta natureza se dão em nuvens em fase de crescimento e desenvolvimento vertical do tipo cumuliforme.

As nuvens Cumulus são aquelas com aspecto de algodões no céu. Este tipo de ocorrência meteorológica, em regra, é mais fraca que os tornados que são sob tempestades severas, entretanto são capazes de provocar danos.

Os landspouts são semelhantes na sua formação com as trombas d’água, os tornados que se formam sobre superfície de água. O termo em Inglês para tromba d’água é waterspput. Os dois, com efeito, não raro têm a forma de um tubo helicoidal e altamente translúcido.

Nem todos os landspouts são visíveis, e muitos são identificados apenas quando se observa a nuvem de detritos na superfície antes que preencham a coluna giratória de condensação e poeira. Os landspouts são mais comuns em climas semiáridos e secos caracterizados por bases de nuvens altas e alta instabilidade de baixo nível perto da superfície.

Informações Climas Tempo e Metsul

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