Prefeito Eduardo Paes discute com o governo federal mudanças no limite de passageiros do Santos Dumont e os impactos na recuperação do Galeão.
Depois de criticar publicamente a intenção do governo federal de flexibilizar o limite anual de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que se encontrará com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na primeira quinzena de janeiro.
“Conversei com o ministro Silvio Costa Filho, que sempre foi um aliado na coordenação dos aeroportos do Rio, implementou as medidas que fortaleceram o Galeão e ampliaram a malha de voos do nosso estado”, escreveu Paes no X, antigo Twitter. “Diante das notícias recentes, ficou combinado que, na segunda semana de janeiro, teremos uma reunião para avançar com a melhor solução para o Rio e o Brasil”, completou ele.
“Agradeço ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acompanha o assunto com a máxima atenção e sensibilidade em defesa dos interesses do Rio de Janeiro”, finalizou.
Entenda a disputa
No fim de semana, Eduardo Paes, também pelo X, afirmou que “forças ocultas” estariam se movimentando na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que agiria “às escuras”, para flexibilizar o limite de passageiros no aeroporto Santos Dumont.
Vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos, a Anac é a agência reguladora do sistema aeroportuário no país. A agência repudiou as declarações do prefeito.
Na visão de Paes, o teto atual de 6,5 milhões de passageiros por ano favorece a recuperação do aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão.
Após as críticas de Paes, o ministro Costa Filho reforçou que o governo trabalha com a expansão do limite de passageiros no Santos Dumont, chegando até 8 milhões por ano.
O Santos Dumont é de propriedade da Infraero e, além de estar no centro da cidade, é próximo à zona sul, área mais turística do Rio.
Já o Galeão, controlado pelo grupo privado Changi, fica na Ilha do Governador, zona norte da cidade. A distância entre os dois terminais é de cerca de 20 quilômetros.
Repactuação do Galeão
O Galeão foi concedido à iniciativa privada em 2014. Em 2022, após os impactos da pandemia de covid-19, a concessionária manifestou intenção de devolver a operação.
Em 2023, a Changi renegociou o contrato com o governo, e o acordo foi concluído em 2024, com aval do Tribunal de Contas da União (TCU). A Anac participou da elaboração.
O aumento do número de passageiros no Galeão foi um dos pontos centrais da negociação.
A Anac e o Ministério dos Portos afirmam que a ampliação do movimento no Santos Dumont ocorre com transparência e diálogo.
Fluxo de passageiros
Dados da Infraero e da RioGaleão mostram que, após o teto no Santos Dumont, o movimento anual caiu de 10,9 milhões para 5,7 milhões de passageiros.
No Galeão, o fluxo mais que dobrou, passando de 6,8 milhões para 16,1 milhões. Com isso, o total de passageiros nos aeroportos do Rio cresceu 23%, chegando a 21,8 milhões em 2025.
A repactuação foi assinada em 25 de setembro e prevê uma venda assistida, marcada para 30 de março de 2026, com lance mínimo de R$ 932 milhões. A Infraero venderá sua participação de 49% ao grupo vencedor.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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