
Uma parceria público-privada entre Bayer, Embrapa, ADM e Grupo Bom Futuro entrega a primeira carga – cerca de quatro milhões de sacas – de soja brasileira com pegada de carbono mensurada e rastreada.
Resultado de uma parceria público-privada entre o gigante Bayer e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a calculadora PRO Carbono Footprint considera uma série de informações embutidas em sistema para mensurar a pegada de CO2 desde o pré-plantio até a entrega do grão ao mercado consumidor.
De um lado, a lavoura do milho prestes a ser colhido. Do outro, a vegetação nativa do cerrado. Neste cenário simbólico em Matupá, no Mato Grosso, composto de commodity e floresta, aconteceu o lançamento da primeira calculadora de mensuração de pegada de carbono no Brasil, voltada para quantificar as emissões ao longo de toda a cadeia produtiva da soja. E mais: inteiramente pensada para a realidade do clima tropical.

Nesta quarta-feira, 25, durante evento da iniciativa PRO Carbono, em Matupá (MT), entidades e empresas da cadeia agropecuária, como Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e o frigorífico JBS demonstraram interesse em aderir à nova calculadora.
Informações como produtividade média da área, quantidade de insumos aplicados e volume de combustível gasto nas operações são alguns dos dados fornecidos à calculadora. Ela equaciona a pegada de carbono em cada talhão, cujas informações são lastreadas em uma metodologia com reconhecimento internacional, considerando a análise do ciclo de vida da soja.
Soja livre de desmatamento
Foi a nova calculadora ‘made in Brazil’ que permitiu à multinacional Bayer entregar a primeira carga de soja brasileira com pegada de carbono mensurada, rastreada e livre de desmatamento, de acordo com protocolos internacionais do Deforestation and Conversion Free Soy (DCF). A negociação envolveu a produção de dez agricultores brasileiros localizados nos biomas cerrado e Amazônia, em uma área total de 159 mil hectares, e a trader ADM, gestora e processadora da cadeia de suprimento agrícola.
Cerca de quatro milhões de sacas de soja 2022/23 com pegada de carbono mensurada e livre de desmatamento produzidas em Mato Grosso começam a adentrar o mercado da indústria nacional e internacional. O volume é a primeira entrega do projeto PRO Carbono Commodities da Bayer.
Os grupos Bom Futuro, Scheffer, Masutti, SLC Agrícola, Natter, Fedrizzi e Grupo Parmeggiani são alguns dos participantes da iniciativa da Bayer.
A partir de culturas com manejo sustentável, como rotação de cultura e plantio direto, o programa registrou dados primários das áreas referentes a 240 mil toneladas de soja e contabilizou uma pegada média de carbono de 861,55 CO2 equivalente por tonelada.
A diferença é considerável quando comparada à pegada de carbono na soja com valores disponíveis nas bases de dados reconhecidas internacionalmente, cuja indicação média é de 2.600 quilos de CO2 equivalente por tonelada.
“Essas bases comparativas são uma referência para avaliar a eficiência do processo produtivo. À medida que o conhecimento científico avança, essas referências devem ser constantemente atualizadas para permitir informações mais precisas. Então, a calculadora vai travar os dados e as informações são disponibilizadas para traders, com lastro através dos volumes colhidos”, diz Fabio Passos, diretor do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina.
“São precisos números para mostrar a pegada de carbono, com metodologia científica para ter credibilidade no mercado e poder levar as tecnologias para o campo. Por detrás desse projeto de medição de uma soja livre de desmatamento, precisamos trazer os indicadores”, afirma. Silvia Masshurá, presidente da Embrapa
Gigante da soja é aliado do PRO Carbono
A empresa (Bom Futuro) integra a iniciativa PRO Carbono Commodities, que faz parte do Bayer Proteção de Florestas, programa global que busca demonstrar como o agronegócio pode ser parte da solução para enfrentar as mudanças climáticas e preservar a biodiversidade.
A entrega da primeira carga, produzida pela Bom Futuro Agrícola, foi realizada à ADM, que acompanhará a fase de transporte até a chegada do grão na unidade de armazenamento. Para Eraí Maggi Scheffer, acionista da Bom Futuro, o momento é ímpar, uma virada na história da produção brasileira.
A carga de soja produzida com pegada mensurada é um interesse explícito de toda a cadeia produtiva, reflexo da pressão internacional e agravada pela assinatura do Green Deal, na Europa. Eraí Maggi Scheffer, acionista majoritário da Bom Futuro Agrícola, olha a cobrança por transparência de forma positiva, “uma maneira de separar o joio do trigo”.
“Lógico que podemos ter melhor preço por tonelada e agregação de valor através do baixo carbono. [O PRO Carbono] é um modelo ímpar com seriedade. O empresário vai se adequar por metro quadrado. A exigência lá de fora não é tão ruim assim como se imagina, pois o produtor também vai estar atento a tecnologias de maior produtividade e ter remuneração, então dentro da propriedade ele vai ser mais rentável”, diz Eraí.

“Podemos mostrar para o consumidor na Europa, no mundo afora que tem um produto rastreado, que teve baixo carbono usando uma produção de alta produtividade, usando manejos para que não fique emitindo carbono no ar e também começa uma nova era”.
Conforme Eraí Maggi Scheffer, o Brasil está mostrando o seu diferencial. “O pessoal na Europa, outros países, às vezes criticam o produtor aqui. Parece que o produtor é um criminoso e não é. Nem todos são. É uma quantidade mínima que não estão fazendo correto as coisas”, salienta o produtor mato-grossense.
Tanto Bom Futuro quanto ADM falam em agregação de valor ao grão e a expectativa de um preço superior ao que é pago em bolsas de valores. O caminho até lá ainda precisa ser trilhado, mas os passos da metodologia de mensuração e blockchain já sinalizam um bom atalho.
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