Na última semana, foram registrados somente dois dias de chuvas nas áreas produtivas do Rio Grande do Sul, em volumes variáveis, mal distribuídos.
O plantio de soja 2022/23 atingiu 96% das áreas no Rio Grande do Sul, avanço semanal de 3 pontos percentuais, mas com atraso em relação à média, enquanto a colheita de milho teve início em um cenário de perdas por falta de chuvas, disse nesta quinta-feira a empresa de assistência técnica e extensão rural Emater-RS.
No mesmo período do ciclo anterior, quando os gaúchos também foram atingidos por estiagem causada pela La Niña, a semeadura da soja estava em 94%. No entanto, os trabalhos já deveriam estar concluídos nesta época do ano, de acordo com a média histórica.
Na última semana, foram registrados somente dois dias de chuvas nas áreas produtivas do Rio Grande do Sul, em volumes variáveis, mal distribuídos e que não alcançaram todas as zonas de produção.
“Isso não permitiu a conclusão da semeadura em algumas regiões”, disse a empresa ligada ao governo estadual sobre a soja.
Segundo a Emater, há relatos de replantio da oleaginosa e mesmo nestas áreas a umidade do solo pode não ser suficiente para o estabelecimento das lavouras.
“Novas chuvas serão necessárias para assegurar um maior índice de germinação e evitar a morte (das plantas)”, acrescentou.
Com relação ao milho, o cenário é ainda mais preocupante. O plantio caminhou apenas 1 ponto no comparativo semanal, para 92% das áreas gaúchas. Um ano antes, o percentual era de 94% e a média para o período vai a 97%.
“Persiste o quadro de déficit hídrico na maior parte do Estado, com consolidação nas perdas de produtividade. Os índices são distintos, inclusive dentro da mesma região. Apenas a nordeste, a produtividade se mantém próxima à projetada inicialmente.”
Os produtores deram início à colheita das áreas semeadas mais cedo, atingindo 3% do Estado, versus 10% no mesmo período da safra passada e média histórica de 6%, de acordo com o levantamento da empresa.
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Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na fronteira oeste do Estado, em Maçambará, por exemplo, estimam-se perdas da ordem de 30% nas lavouras irrigadas, e entre 70% e 100% nas áreas de sequeiro implantadas na primeira janela de semeadura, entre agosto e setembro.
“As lavouras implantadas mais tardiamente sofreram danos ainda mais expressivos e estão sendo direcionadas para a produção de silagem. A colheita está em fase inicial, e os produtores com áreas financiadas acionam o seguro para mitigar os prejuízos”, afirmou a empresa sobre a região de Bagé.
Fonte: Reuters
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