Porto vai ligar Cáceres ao Uruguai e Argentina e impulsionar exportações

Com investimento de R$ 500 milhões, o Porto Paratudal deve ser entregue em 2026, segundo a companhia que fará o aporte.

Um grande terminal portuário, o Porto Paratudal, está em fase de licenciamento em Cáceres (a 220 km de Cuiabá) e deve ser entregue em 2026. O terminal vai fazer parte de um sistema logístico de conexão de Mato Grosso às hidrovias Paraguai-Paraná para transportar grãos, fertilizantes e contêineres, além de outros insumos, e ligará à Bacia do Prata, conectando o Estado ao Uruguai e à Argentina, alavancando a exportação. Os detalhes foram repassados ao RDN pelo representante da holding Companhia de Investimentos do Centro-Oeste, responsável pelo porto,  Luiz Alberto Assy.

De iniciativa privada, a obra custará um investimento de R$ 500 milhões. O complexo portuário já tem a Licença Prévia emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que indica que o projeto tem viabilidade ambiental, e agora aguarda a licença de instalação, que deve ser emitida em até dois meses, segundo estima a empresa. A construção deve começar em julho do próximo ano, quando as chuvas param e o nível do rio abaixa para que seja feitos o aterro e os acessos.

Uma das principais vantagens dos portos é a capacidade de movimentar grandes volumes de carga de maneira mais econômica, com uma demanda reduzida de infraestrutura e menor consumo de combustível, com redução de custos e prazos. A estimativa é de que o Porto Paratudal movimente em torno de 5 milhões de toneladas de grãos por ano, 3 milhões de toneladas de fertilizante e 250 mil toneladas de contêineres.

“O porto é parte de um sistema logístico que envolve um segundo porto em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e uma frota navegando entre os dois terminais. O objetivo dele é conectar Mato Grosso à hidrovia. Hoje o estado é banhado pelo rio, mas não tem uma proposta de ligação comercialmente viável. Com esse porto, Mato Grosso vai estar integrado às hidrovias dos rios Paraguai e Paraná e aos países da Bacia do Prata, que são a Argentina e o Uruguai. Então, o Estado poderá exportar direto para esses países através da hidrovia ou comercializar para o próprio Brasil através da ferrovia”, explica Luiz Alberto.

Foto: Divulgação

O investimento apenas no porto será de cerca de R$120 milhões, mas no sistema todo será de R$ 500 milhões, gerando cerca de 200 empregos diretos e 1,4 mil indiretos em Cáceres e Corumbá.  

Segundo Adilson Reis, presidente da Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (Azpec), o porto é fundamental para a região porque é um dos principais vetores logísticos que atende Mato Grosso como um todo.

“A hidrovia é uma a via de mão dupla, entrada de insumos, saída de produtos manufaturados e outros, inclusive até no cenário de automóveis, como já foi ventilado. O cenário é extremamente positivo, até porque as conexões são por rodovias, que dão acesso aos terminais e que por sua vez fazem a distribuição de cargas”, afirma.

Luiz Alberto explica que a frequência da passagem de embarcações pelo rio foi considerado no licenciamento ambiental. “Há três trechos navegáveis e o trecho mais crítico sob esse aspecto de frequência, no limite das 5 milhões de toneladas, vai ter a passagem de um comboio fluvial descendo ou subindo a cada duas horas. Como são embarcações grandes, com grande capacidade de carga, é o suficiente”, pontua. Segundo Luiz, na safra de 2026 o Porto de Cáceres já deve estar operando.

Fonte: rdnews

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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