Bovinocultura brasileira vive ano histórico em 2025, com alta produtividade, exportações fortes e oportunidades globais para o produtor rural.
O ano de 2025 é histórico para a bovinocultura de corte brasileira. Trata-se do ápice dos investimentos realizados no setor, que resultaram em um impressionante salto de produtividade.
O Brasil alicerçou sua pecuária de alta performance em dois pilares centrais: precocidade e biosseguridade.
O terceiro pilar está em formação: a rastreabilidade. Trata-se de uma demanda de mercados mais exigentes, como a União Europeia. O trabalho para que todo o rebanho bovino brasileiro seja rastreado é árduo e esbarra em questões culturais. No entanto, o status de país livre de febre aftosa sem vacinação — também fruto de um esforço significativo — foi conquistado em 2025.
A partir do momento em que a rastreabilidade for plenamente alcançada, o Brasil deixará de ser apenas um fornecedor de volume e passará a contar com um selo adicional de qualidade, ampliando a perspectiva de exportação de cortes de maior valor agregado.
É interessante observar como as exigências da demanda global moldaram os meios de produção no Brasil. A demanda chinesa exigiu precocidade, e pecuaristas e indústria passaram a entregá-la, o que resultou também em um encurtamento do ciclo pecuário no país.
Os investimentos realizados no Brasil maturaram e tornaram a pecuária de corte muito mais competitiva em comparação à década passada. Essa maturidade também se reflete nas estratégias de comercialização, cada vez mais sofisticadas, oferecendo previsibilidade e boas margens setoriais.
Pecuaristas focados em recria e engorda têm conseguido obter bons ganhos nos últimos dois anos. A combinação de custos baixos, expansão da produção brasileira de carne bovina e uma moeda relativamente enfraquecida ofereceu inúmeras oportunidades ao produto brasileiro no mercado internacional.

Mesmo em um ano que tende a ser marcado por menor produção de carne bovina no Brasil, em função do processo de inversão do ciclo pecuário, as oportunidades seguirão presentes.
Estados Unidos: expectativa de produção menor, tornando inevitável o aumento das importações, com o produto brasileiro ocupando papel relevante em 2026.
União Europeia: segue com encolhimento do rebanho e, apesar dos ruídos políticos, necessita da carne bovina do Brasil para atender seu consumo.
China: mercado central na formação de preços e tendências. Deve registrar encolhimento do rebanho em 2026, aumentando a dependência do produto importado, especialmente o brasileiro. Caso haja salvaguardas mais restritivas, a dinâmica global pode mudar, levando a China a se tornar um mercado mais focado em qualidade.
Argentina: passa por recuperação lenta dos rebanhos, com avanços nos embarques, especialmente para EUA e União Europeia.
Austrália: consolida-se como o segundo maior exportador global, com foco em eficiência e cortes de maior valor agregado.
Quando se trata de volume, o Brasil segue insuperável. O encolhimento dos rebanhos globais coloca o país em posição de destaque. A busca por novos mercados segue imprescindível para mitigar riscos de mudanças na postura chinesa.

A expectativa é que o Brasil continue estabelecendo novos recordes de exportação, apostando em tecnologia, manejo, genética e gestão, com aumento de produção em áreas cada vez menores.
O setor trabalha de forma consistente para atender às exigências internacionais e conviver com receitas de exportação cada vez mais robustas, refletindo em avanços nas margens de pecuaristas e indústrias.
O desafio segue sendo o fortalecimento do mercado doméstico, considerado o calcanhar de Aquiles do setor.
Fonte: Safras & Mercado
VEJA MAIS:
- Obrigatoriedade da rastreabilidade bovina no Pará abre debate sobre impactos no mercado de boi
- Natal caro: ceia encarece, bacalhau explode de preço e brasileiros correm atrás de alternativas
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.