Preço da picanha sobe mais de 2,5% e deixa churrasco mais salgado

Além da carne nobre, aumentos em carvão, cerveja e energia elétrica pressionam o bolso das famílias brasileiras; o preço da picanha subiu 2,53% no mês, tornando o corte mais nobre da carne bovina ainda menos acessível

O tradicional churrasco de domingo ficou mais salgado em maio. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da picanha subiu 2,53% no mês, tornando o corte mais nobre da carne bovina ainda menos acessível para boa parte dos consumidores. O impacto é ainda maior quando se observa o acumulado de 12 meses: a picanha já encareceu 33,3% desde maio de 2024, de acordo com levantamento do Farmnews.

Apesar do alívio na inflação oficial — o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 0,26% em maio, a menor taxa desde agosto de 2024 — os produtos do churrasco seguiram em movimento de alta, indo na contramão da média geral dos alimentos.

Outros itens do churrasco também subiram, não foi só o preço da picanha

Além da picanha, a linguiça teve alta de 3,8%, o carvão encareceu 6,9% e a cerveja ficou 4,7% mais cara, segundo dados divulgados pelo IBGE e repercutidos pela Revista Oeste. E o peso no bolso não parou por aí. Manter a bebida gelada também ficou mais difícil: a energia elétrica subiu 3,62% no mês, pressionada pela volta da bandeira amarela e reajustes nas alíquotas de PIS/COFINS.

A tentativa de contornar o preço elevado da carne recorrendo a acompanhamentos mais baratos também não surtiu muito efeito. O pão francês aumentou quase 6% e o macarrão ficou cerca de 2% mais caro, limitando as opções do consumidor que tenta manter o costume do churrasco, mesmo que mais simples.

Substituir por frango? Nem isso aliviou

A troca da picanha pelo frango, estratégia comum nos lares brasileiros, também se mostrou pouco eficiente em maio. O frango inteiro subiu 1,25% e, embora o ovo tenha registrado queda de 3,98%, o impacto positivo foi limitado diante da alta nas carnes e nos insumos para preparar a refeição.

Segundo análise da Agrifatto, outros cortes bovinos também registraram aumentos relevantes: o acém subiu 2,33%, o músculo 1,73%, o fígado 1,44% e o patinho 1,36%. Isso demonstra que a alta no preço da carne não se restringe apenas aos cortes nobres, mas atinge toda a cadeia.

Alívio na inflação geral, mas desconforto à mesa

Mesmo com a desaceleração da inflação de alimentos — que recuou de 0,82% em abril para 0,17% em maio —, o que se viu na prática foi um encarecimento da alimentação fora de casa e dos itens típicos do lazer familiar brasileiro, como o churrasco. No acumulado do ano, o IPCA já soma 2,75%, com alta de 5,32% nos últimos 12 meses.

O resultado é um consumidor cada vez mais cauteloso – convivendo com a desilusão da promessa de “preço da picanha para todos”, que busca promoções, substitui itens ou até evita o churrasco, que antes era um hábito semanal e agora se torna, para muitos, uma ocasião especial.

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