Preços do boi cedem em julho no Brasil, com cenário incerto nas exportações

O mercado atacadista se deparou com preços mais fracos ao longo de todo o mês de julho, sentindo as preocupações em torno das incertezas

O mercado brasileiro de boi gordo registrou um cenário de pressão baixista ao longo de julho. O analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, destaca o setor já enfrentava um natural quadro de queda nas cotações, com a boa disponibilidade de oferta interna e passou a ceder ainda mais diante das incertezas em torno das exportações com a perspectiva do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imposto ao Brasil.

Porém, Iglesias ressalta que o mercado assimilou esse cenário adverso e ficou acomodado na semana passada e nessa também, já sinalizando uma tentativa de busca de patamares mais altos para a arroba do boi gordo. “Agora, para o começo de agosto, o mercado já trabalha com uma perspectiva de elevação nas cotações, por conta da entrada da massa salarial na economia e a comemoração do Dia dos Pais. Ainda assim, o movimento de recuperação dos preços ainda tende a ser comedido”, sinaliza.

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Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 31 de julho:

  • São Paulo (Capital) – R$ 300,00 a arroba, queda de 3,23% frente aos R$ 310,00 do final de junho.
  • Goiás (Goiânia) – R$ 285,00 a arroba, recuo de 3,39% perante os R$ 295,00 registrados no fechamento do mês retrasado.
  • Minas Gerais (Uberaba) – R$ 290,00 a arroba, baixa de 3,33% em relação aos R$ 300,00 praticados no final de junho.
  • Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 305,00 a arroba, retração de 1,61% sobre os R$ 310,00 verificados no final de junho.
  • Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 295,00 a arroba, queda de 6,35% frente aos R$ 315,00 praticados no final do mês retrasado.
  • Rondônia (Vilhena) – R$ 265,00 a arroba, perda de 3,64% frente aos R$ 275,00 observados no final de junho.

Atacado

Segundo Iglesias, o mercado atacadista se deparou com preços mais fracos ao longo de todo o mês de julho, sentindo as preocupações em torno das incertezas quanto ao andamento das exportações de carne bovina. A maior concorrência com a carne de frango também contribuiu para o cenário negativo às cotações. Um viés de melhora é esperado para agosto, em especial com a comemoração do Dia dos Pais.

O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 21,40 o quilo, baixa de 6,96% frente aos R$ 23,00 praticados no final de junho. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 17,50 o quilo, retração de 5,41% ante os R$ 18,50 por quilo verificados no final do mês retrasado.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,352 bilhão em julho (19 dias úteis), com média diária de US$ 71,188 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 243,904 mil toneladas, com média diária de 12,837 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.545,50.

Em relação a julho de 2024, houve alta de 56,5% no valor médio diário da exportação, ganho de 24,5% na quantidade média diária exportada e avanço de 25,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Fonte: Safras News

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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