Com grande redução na área plantada de milho no Brasil, cerca de 5%, a estimativa aponta para escassez do grão no Brasil, levando o país a prever uma necessidade de importação de mais de 5 milhões de toneladas
Produção de milho para consumo deve variar entre 2,8 milhões a 3 milhões de toneladas. O movimento decrescente se confirma para a safra 2023/2024, com a previsão de diminuição de 5% na área plantada e, consequentemente, na produção final. Por sua vez, o consumo de milho pelas cadeias de aves e suínos, em 2024, estará entre 7,5 milhões a 8 milhões de toneladas, o que exigirá a importação de pelo menos 5 milhões de toneladas do grão.
Um dos principais insumos para o funcionamento das cadeias produtivas da avicultura, suinocultura e bovinocultura leiteira é o milho. Por isso, o sucesso ou o fracasso da cultura do milho reflete diretamente na economia catarinense. A reflexão é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, preocupado com o contínuo declínio na produção desse cereal em território catarinense.
O dirigente observa que Santa Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do Brasil, representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de um bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 60 mil empregos diretos e 480 mil empregos indiretos. Além disso, gera R$ 7 bilhões em movimento econômico.
A preocupação de Pedrozo reside na histórica e incessante redução de volumes. Em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e – sem muita tecnologia – colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas.
Nessas quase duas décadas a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, neste ano de 2023, foram cultivados 320 mil hectares para milho comercial e 220 mil hectares para milho silagem (não sai da propriedade e é utilizado na nutrição animal do gado leiteiro).
A produção de milho para consumo deve variar entre 2,8 milhões a 3 milhões de toneladas. O movimento decrescente se confirma para a próxima safra (2023/2024) com a previsão de diminuição de 5% na área plantada e, consequentemente, na produção final. A utilização de menos fertilizantes e outros insumos está na raiz dessa nova redução.
O consumo de milho pelas cadeias de aves e suínos, em 2024, estará entre 7,5 milhões a 8 milhões de toneladas, o que exigirá a importação de pelo menos 5 milhões de toneladas do grão.
O presidente da Faesc assinala que “Insumo escasso representa encarecimento para os produtores rurais e para as agroindústrias e, em consequência, o alimento torna-se mais caro para o consumidor”. Por isso, propõe uma discussão com produtores, criadores, agroindústrias e governo para a análise de alternativas para reduzir o histórico déficit de milho. Lembra que os produtores migraram para a soja, um produto com grande liquidez no mercado de commodities, menor custo de produção e melhor remuneração final aos agricultores.
Ferrovias: uma solução
A Faesc apoia a construção de uma ferrovia ligando Chapecó (SC) a Cascavel (PR), projeto defendido por várias entidades empresariais, como Ocesc, Sindicarne, Acav, Acic, Facisc, CEC e ABPA, entre outras. Chamada de Nova Ferroeste, a futura via férrea prevê, também, a ligação de Cascavel (PR) a Maracajá (MS), constituindo assim o “corredor do milho” e permitindo a transferência do grão do centro-oeste brasileiro a Santa Catarina. A Federação também defende a ferrovia leste-oeste, em território catarinense, ligando a região produtiva (grande oeste) com os portos marítimos (litoral).
“Obter a autossuficiência catarinense é uma meta muito difícil, mas poderíamos assegurar o abastecimento, trazendo o milho do centro-oeste com o suporte da ferrovia,” encerrou.
Fonte: Assessoria Faesc
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98. De olho em aliviar o “tarifaço” de Trump, Lula prega entendimento e diz que Brasil e EUA devem atuar “como parceiros, não rivais”; Trump elogiou Jair Bolsonaro na frente de Lula Continue Reading Do confronto ao diálogo: Lula sinaliza nova era nas relações com Trump e os EUA Ação de cerca de 50 indígenas Guarani-Kaiowá, que reivindicam território ancestral, resultou na destruição de maquinários e da sede da Fazenda Ipuitã, em Caarapó (MS). Caso reacende tensão agrária na região. Continue Reading Vídeo: Grupo indígena incendeia tratores e casa durante ocupação de fazenda em MS Nascidos quase ao mesmo tempo para contar a vida na roça, os dois gêneros evoluíram em paralelo até se fundirem, criando a estética que hoje domina o agronegócio e a música no Brasil Continue Reading Como o sertanejo brasileiro se refletiu na cultura dos cowboys americanos Não é só o peso do cavaleiro que conta, mas condicionamento, tipo de atividade, idade, sela e até habilidade na montaria. Continue Reading Peso do cavaleiro: qual é o limite seguro para não lesionar o cavalo? Instalação na França cria 10 bilhões de larvas para transformar desperdício em proteína, óleo e fertilizante — mas setor ainda enfrenta barreiras econômicas e regulatórias. Durante a estação seca, quando os reservatórios atingem níveis críticos e a produção hidrelétrica diminui, a energia da cana supre o sistema elétrico nacional, assegurando fornecimento estável e seguro. Continue Reading Cana-de-açúcar pode garantir energia elétrica em época de seca, diz estudoDo confronto ao diálogo: Lula sinaliza nova era nas relações com Trump e os EUA
Vídeo: Grupo indígena incendeia tratores e casa durante ocupação de fazenda em MS
Como o sertanejo brasileiro se refletiu na cultura dos cowboys americanos
Peso do cavaleiro: qual é o limite seguro para não lesionar o cavalo?
França cria “megafazenda” com 10 bilhões de larvas para transformar lixo em ração animal
Cana-de-açúcar pode garantir energia elétrica em época de seca, diz estudo





