Produtor é desafiado diariamente a provar que é o mais sustentável do mundo

Focado na agricultura regenerativa, agricultor do interior paulista diversifica a atividade com rotação de culturas e com auxílio da biotecnologia se destaca por aliar boas práticas ambientais com ganhos de produtividade

Neto e filho de produtores rurais, o administrador Frederik Jacobus Wolters, nos últimos 16 anos se dedica a levar adiante a tradição da família na agricultura. Frente à agropecuária Ponte Alta, situada na cidade de Itararé, São Paulo, ele assumiu o compromisso de ampliar a produtividade da fazenda, mas de maneira sustentável. A aposta então foi na agricultura regenerativa, que aliada ao manejo eficiente e uma rotação de culturas muito bem planejada, uniu a proteção do solo com colheitas mais fartas.

Na propriedade de 2.400 hectares o principal negócio é o complexo de grãos, no verão cultivam soja, milho e feijão. Já no inverno a principal cultura é o trigo. “O nosso foco é não deixar o solo parado e trabalhamos da seguinte forma: quando a terminamos de colher uma cultura, fazemos a rotação com outra cultivar ou entramos com um mix de plantas cobertura e assim melhoramos a parte biológica do solo, colaborando com a agricultura regenerativa”, detalha Wolters.

A preocupação com o solo na agropecuária Ponte Alta se intensificou nos últimos anos, principalmente em decorrência das máquinas utilizadas para plantio e colheita, isso porque, a cada geração elas estão maiores e mais pesadas, grandes vilãs da compactação no solo. “Quanto mais raiz colocarmos no solo, mais matéria orgânica teremos e isso é fundamental para a estrutura dessas áreas”, destaca o produtor.

Manejo sustentável

Além do cuidado com solo, outra preocupação frequente da Wolters é com relação a aplicação de defensivos no controle de pragas e doenças. Há alguns anos utilizam produtos biológicos e agora estudam também utilizar pó de rocha, que é rico em silício, um importante mineral que aumenta a resistência da planta. “Estamos sempre pensando na sustentabilidade, tanto econômica, quanto ambiental, por isso fazemos essa integração de tecnologias. Hoje, 37% do resultado financeiro das lavouras reinvestimos em agricultura regenerativa dentro da fazenda, algo que merece destaque”, reforça.

Outra ferramenta adotada na propriedade foram os fertilizantes biotecnológicos a partir da parceria com a Superbac. A empresa brasileira que é pioneira no mercado nacional com essas soluções, desenvolve produtos que além de minerais, têm em sua base o Smartgran, o primeiro condicionador biológico de solo do mercado que combina matéria orgânica e bactérias inteligentes (Smartbacs).

Essa tecnologia aumenta a produtividade em uma mesma área mediante a inserção de matéria orgânica no processo de adubação e ajuda na elevação da diversidade de espécies de microrganismos benéficos ao solo/planta. Esses benefícios ocasionam por sua vez, maior atividade de importantes enzimas relacionadas à saúde do solo (betaglicosidase e arilsulfatase), envolvidas no ciclo do carbono e enxofre e a diminuição da lixiviação do potássio e proteção do fósforo.

Além desses fatores é válido destacar a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, contribuindo com o desenvolvimento das plantas e de seu sistema radicular. “A Superbac tem produtos diferenciados, que para determinados períodos, ciclos, ou necessidade, nos atendem especificamente. Como trabalhamos muito a questão sustentável, existem momentos em que optamos por trabalhar com os fertilizantes biotecnológicos empresa, para conseguir atingir o nível de produtividade ou de sustentabilidade que desejamos dando ao solo o que ele realmente precisa, sem excesso e sem falta”, detalha o produtor.

Próximos desafios

Segundo o agricultor, o grande desafio da classe produtora brasileira é mostrar que o setor é o mais sustentável do mundo. “Hoje a Europa, os Estados Unidos, ou Canadá, por exemplo, não se igualam ao que fazemos aqui. Nós aqui na região, somos conhecidos por adotar boas práticas agrícolas. E o difícil é fazer com que o mercado e a população em geral reconheçam isso também”, acrescenta.

Ainda de acordo com o administrador, atualmente o agronegócio brasileiro, por meio de boas práticas agrícolas, é um dos setores que mais sequestra carbono. Somado a isso, a maioria dos produtores seguem rígidos protocolos para preservar o meio ambiente, aumentando a produção de maneira vertical, sem avançar em áreas preservadas. “O agricultor que não cumprir boas práticas agrícolas, não conseguirá acessar financiamentos. Nossa legislação é extremamente exigente. Portanto, o próximo grande desafio é a gente achar uma forma de ser pago pelo trabalho que a gente faz. Não ser somente reconhecido, mas também ser remunerado”, finaliza Wolters.

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