Produtores abatem 180.000 vacas com crise no setor leiteiro

Os produtores mexicanos têm enfrentado aumentos de insumos para a produção, em alimentos, medicamentos veterinários e fontes de energia, situação que os coloca em prejuízo.

A importação de leite em pó a preços de dumping, a eliminação dos subsídios ao consumo de eletricidade e uma menor compra da Liconsa, levaram ao abate de 180.000 vacas leiteiras no México, alertou Adalberto Velasco, presidente da União Pecuária Regional de Jalisco.

“No cadastro de comercialização, fala-se de 170.000 a 180.000 vacas, em fase reprodutiva, ou seja, ainda com potencial reprodutivo e produtivo. A maioria tem todo um investimento em genética, um valor genético de produção, mas muitas acabaram na engorda ou nos matadouros, uma pena porque se perdem anos de trabalho”, disse.

Segundo cálculos da União Pecuária, enquanto uma vaca em fase reprodutiva pode valer até 50.000 pesos (R$ 14.000,00) no mercado, um matadouro paga quase 35.000 pesos (R$ 9.800,00), o que representa um forte impacto econômico para os produtores.

Em Jalisco, a segunda região leiteira mais importante do país, afeta quase 15.000 pecuaristas, que se concentram em famílias ou pequenos negócios, mas inclui ramificações econômicas como veterinária, forragem e pastagem, assessoria técnica, peças de reposição, explicou o executivo .

Dessa forma, a organização estimulou o Governo a coordenar políticas que beneficiem os produtores, que na ausência de mercado para distribuir o leite e custos de produção mais elevados, devem optar por vender as suas vacas a um preço inferior ao seu valor.

Velasco disse que os produtores têm enfrentado aumentos de insumos para a produção, em alimentos, medicamentos veterinários, fontes de energia como gasolina e eletricidade, situação que os coloca em desvantagem.

Além disso, devido à falta de apoio e importações, os produtores relatam prejuízos porque as compras da Liconsa passaram de um milhão de litros de leite por dia em Jalisco para menos de 300.000 litros.

Frente Parlamentar Gaúcha quer taxar importações de leite do Mercosul

A Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, da Assembleia Legislativa do Estado, reivindicou a adoção imediata, em nível nacional, de uma Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para importação de produtos lácteos do Mercosul. A intenção, conforme nota da assembleia legislativa divulgada hoje, é evitar novas baixas no preço pago ao produtor, hoje em R$ 2,70 por litro, de acordo com o presidente da Frente, o deputado estadual Elton Weber (PSB).

As importações de leite e laticínios da Argentina e do Uruguai para o Brasil tiveram uma receita total de US$ 263,2 milhões entre janeiro e abril de 2023, 286,4% a mais que nos primeiros quatro meses do último ano.

As informações são do Vértice, traduzidas pela Compre Rural e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul

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