Produtores contam com apoio da Famato em consulta pública sobre ampliação da Reserva do Taiamã

De acordo com a proposta do ICMBio, a área da Estação Ecológica de Taiamã, que atualmente possui 11.200 hectares, passaria a ter mais 56.918 hectares.

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) esteve presente nesta terça-feira (09/09) na consulta pública realizada no campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Cáceres, para discutir os impactos da proposta de ampliação da Estação Ecológica de Taiamã, apresentada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O convite para a participação da Famato foi feito pelo Sindicato Rural de Cáceres.

A Famato foi representada pelo presidente do Sindicato Rural do Vale do Rio Branco e gerente da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Bruno de Faria, e pela analista de meio ambiente da Famato, Tania Arévalo. Também participou do debate o presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Aury Paulo Rodrigues.

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De acordo com a proposta do ICMBio, a área da Estação Ecológica de Taiamã, que atualmente possui 11.200 hectares, passaria a ter mais 56.918 hectares. Além disso, está prevista a criação de uma zona de amortecimento de 1.769 hectares. Grande parte dessa área de ampliação está sobreposta a propriedades rurais produtivas, o que tem gerado insegurança entre as famílias que vivem e trabalham na região.

Durante a audiência, os representantes do setor produtivo ressaltaram a importância de garantir segurança jurídica aos proprietários, respeitando os direitos adquiridos e assegurando que a atividade agropecuária não seja comprometida por decisões que não considerem a realidade local.

Bruno de Faria destacou que a Famato tem acompanhado de perto as discussões sobre a reserva e reforçou que os produtores rurais são parceiros na preservação ambiental, mas precisam de clareza e respeito às suas propriedades. “A Famato está aqui para ouvir, dialogar e defender os interesses daqueles que dependem da terra para produzir alimentos e gerar desenvolvimento. O produtor rural já cumpre o Código Florestal, uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, além das restrições próprias do Pantanal. Não é necessário desapropriar, porque essas áreas já são conservadas e preservadas por quem vive e produz aqui”, afirmou.

Na mesma linha, a analista ambiental da Famato, Tania Arévalo, reforçou a necessidade de análises técnicas aprofundadas e de diálogo transparente com os produtores que vivem na região. Segundo ela, qualquer medida de criação ou ampliação de áreas protegidas deve levar em consideração os impactos socioeconômicos para as famílias que há décadas contribuem com a economia e com o cuidado ao meio ambiente no Pantanal.

“O produtor pantaneiro já convive com regras rígidas e restritivas que garantem a preservação natural. Essas famílias cumprem a lei, conservam suas áreas e mostram que é possível produzir com responsabilidade. Criar novas limitações ou desapropriações, além de desnecessário, ameaça a continuidade dessa relação equilibrada entre produção e conservação”, destacou Tania.

Já o presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Aury Paulo Rodrigues, alertou para a insegurança que a proposta da ampliação da reserva tem gerado na comunidade rural. Ele destacou que os produtores não são contra a preservação, mas que é preciso considerar a história de ocupação da região, a importância da produção agropecuária e a necessidade de políticas públicas que valorizem quem já preserva e produz de forma responsável.

Fonte: Ascom Sistema Famato

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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