Produtores de leite querem mais tempo para se adequar às novas regras do Ministério da Agricultura, que entram em vigor na próxima quinta-feira (30).
As determinações das instruções normativas que, segundo a pasta, servem para garantir mais qualidade ao produto, esbarram em problemas de infraestrutura dos estados, como a deficiência da distribuição de energia elétrica, o que afeta a refrigeração, por exemplo. Os produtores defendem um ano de adaptação e monitoramento —com a possibilidade de notificações e cobranças de plano de melhoria —mas sem incidência de multa.
O setor se mostra preocupado com as sanções impostas pelo não cumprimento das novas regras —uma delas é a interrupção imediata da comercialização do leite que não se ajustar às conformidades. Segundo representantes do segmento, a penalidade pode criar efeito cascata em outros produtores.
“Se for diminuindo a coleta de leite, isso cria uma inviabilidade. Isso, porque, para um caminhão que não carrega abaixo de 10 mil litros, ele vai ter que passar em mais centros distribuidores para cumprir a cota mínima. E nisso, entra a questão de aquecimento do leite, que vai aumentando de temperatura no caminho. Ou seja, vai ficar mais difícil de estar de acordo com uma das exigências, que é mínimo de 7ºC”, diz Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul).
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Segundo o setor, o pleito de extensão do período para aplicação das instruções normativas foi levado à câmara setorial, em Brasília, que diz esperar retorno do Ministério da Agricultura até a próxima quinta-feira (30).
As informações são do jornal Folha de S. Paulo.