
A Itaipu decidiu suspender o projeto de galinheiros comunitários no Paraná devido aos riscos sanitários que esse tipo de criação pode representar diante do atual cenário de gripe aviária
A construção de 64 galinheiros comunitários prevista para regiões do oeste e do litoral do Paraná foi interrompida. As estruturas integravam o projeto “Opaná: Chão Indígena”, uma iniciativa que envolvia a Fundação Luterana de Diaconia, por meio do programa Capa, e a Itaipu Binacional, dentro do programa Itaipu Mais que Energia.
A suspensão foi formalizada em ofício encaminhado ao secretário estadual da Agricultura, Márcio Nunes, e ao presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Martins. O documento, assinado por Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu, justificou a decisão com base nos riscos sanitários identificados na criação de aves frente ao atual cenário epidemiológico.
A medida ocorre em um momento de preocupação crescente no setor avícola nacional. Recentemente, o Brasil confirmou o primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial, localizada em Montenegro (RS). Embora o registro tenha ocorrido no Rio Grande do Sul, os impactos se espalham pelo setor, principalmente na região Sul. O Paraná, maior produtor e exportador de carne de frango do país, adotou medidas rigorosas, incluindo a destruição de mais de 10 milhões de ovos férteis como precaução contra a disseminação do vírus.
De acordo com Jhony Alex Luchmann, coordenador do projeto Opaná, a decisão foi tomada em respeito aos protocolos sanitários, mesmo que represente um retrocesso para o avanço da segurança alimentar nas comunidades indígenas envolvidas. Ele destacou que outras frentes do projeto continuarão em andamento, sempre com foco no fortalecimento da soberania alimentar dessas populações. A possível retomada da construção dos galinheiros será avaliada conforme a evolução do cenário sanitário.
A suspensão foi recebida com aprovação pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). A entidade já vinha alertando para o risco de comprometimento da sanidade animal e da saúde pública. O presidente interino da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, elogiou a decisão e ressaltou que a vigilância do setor foi essencial para a adoção da medida. Segundo ele, a avicultura é um pilar econômico do estado, com uma movimentação anual superior a R$ 40 milhões, e qualquer ameaça à sua integridade exige ação imediata.
Meneguette afirmou que a decisão preserva a robustez do sistema de defesa agropecuária do Paraná e representa um ganho coletivo para toda a população do estado.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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