Quebra de safra e queda de preços impactam exportações de soja e milho, aponta Conab

Exportação de soja — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

As exportações de soja e milho do Brasil apresentaram resultados distintos em novembro de 2024, de acordo com a Conab.

A edição de dezembro do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou um panorama desafiador para as exportações de soja e milho do Brasil em 2024. Os números refletem os efeitos da quebra de safra 2023/24 e a redução nos preços internacionais, mas também apontam expectativas positivas para o próximo ciclo agrícola.

As exportações de soja e milho do Brasil apresentaram resultados distintos em novembro de 2024, de acordo com a Conab. A soja, com desempenho abaixo do esperado, registrou 2,55 milhões de toneladas embarcadas.

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Desempenho da Soja

O Brasil, maior exportador global de soja, embarcou 2,55 milhões de toneladas em novembro de 2024, uma queda de 45,8% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a novembro, as exportações totalizaram 96,8 milhões de toneladas, abaixo das 101,8 milhões registradas no mesmo período de 2023.

Essa retração fez com que a soja perdesse o posto de maior geradora de receita de exportação para o petróleo, algo que não acontecia desde 2021, quando o minério de ferro liderou. Apesar disso, a expectativa para 2024/25 é otimista, com projeção de embarques em 105,48 milhões de toneladas, marcando a recuperação da produção.

Cenário do Milho

As exportações de milho apresentaram melhor desempenho em relação à soja, com destaque para o uso crescente dos portos do Arco Norte, que escoaram 47,2% do volume acumulado entre janeiro e novembro de 2024, um aumento em relação aos 41,6% no mesmo período do ano anterior.
Os estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná e Maranhão lideram a exportação do grão, enquanto os portos de Santos e Paranaguá continuam sendo estratégicos para o escoamento.

Impactos nos Fertilizantes

Em novembro de 2024, a importação de fertilizantes totalizou 4,2 milhões de toneladas, uma queda de 15% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o Brasil recebeu 36,73 milhões de toneladas, volume ligeiramente inferior ao registrado em 2023.

Os portos de Paranaguá, Santos e Arco Norte foram os principais pontos de entrada, movimentando 8,9 milhões, 7,19 milhões e 6,39 milhões de toneladas, respectivamente.

Reconfiguração Logística

A Conab destacou a intensificação do uso dos portos do Arco Norte, que ampliaram sua participação no escoamento de grãos. Em novembro, esses portos responderam por 35% das exportações de soja, superando os 33,8% registrados no mesmo mês de 2023.
Essa mudança reflete uma estratégia para aumentar a eficiência logística, reduzindo custos e otimizando as rotas de transporte.

Variações no Frete

Os preços de frete mostraram comportamentos distintos entre as regiões do país. Em estados como Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo, houve redução nos valores devido à menor demanda e retração na movimentação de grãos. Por outro lado, estados como Maranhão e Bahia mantiveram os preços estáveis, enquanto Minas Gerais registrou aumento pontual em algumas rotas.

Perspectivas

Apesar dos desafios de 2024, o Boletim Logístico da Conab projeta um cenário otimista para o próximo ano, com a recuperação da produção agrícola e maior eficiência nas práticas logísticas. A edição completa do boletim está disponível no portal da Companhia, oferecendo análises detalhadas sobre o setor agropecuário e as tendências para 2025.

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