R$ 350/@: Pecuarista é dono do boi e “barganha” com o mercado

Frigoríficos cadenciam o ritmo das compras de gado, enquanto os pecuaristas seguram seus lotes no campo com o objetivo de barganhar preços mais altos. Veja!

O mercado físico de boi gordo registrou preços firmes e com valorizações para uma categoria em específico nesta terça-feira, 01, mostrando que os preços não devem recuar neste segundo mês do ano. Frigoríficos cadenciam o ritmo das compras de gado, enquanto os pecuaristas seguram seus lotes no campo com o objetivo de barganhar preços mais altos pela arroba, relatam as consultorias.

Os preços do boi gordo iniciaram fevereiro com estabilidade, reflexo da posição de cautela entre as duas pontas do mercado (pecuaristas e frigoríficos). Para os animais que cumprem os requisitos de exportação ao mercado chinês ainda estão muito demandados neste momento, carregando ágio de até R$ 20 em relação aos animais destinados ao mercado doméstico.

O destaque, conforme dito acima, ficou para os animais que atendem o “Padrão China”, essa categoria teve ágio de até R$ 20,/@, segundo as negociações informadas nesta terça-feira. Os pecuaristas de Carmo da Cachoeira, no estado de Minas Gerais, informaram negociações de R$ 350,00/@ com pagamento à prazo 30 dias e o abate programado para o dia 03 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 338,08/@, na terça-feira (01/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,45@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.

Segundo a Scot Consultoria, as compras da manhã de terça-feira (1/2) visaram o cumprimento das escalas de abate da próxima semana em São Paulo. Porém, os preços pagos pelos animais terminados ficaram estáveis no comparativo diário, já que o interesse por compras esteve pacato. A referência para o boi gordo estava em R$337,00/@, para a vaca gorda em R$303,00/@ e para a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo.

O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, abriu o mês de fevereiro com grande recuo, sinal de uma baixa fluidez no mercado durante o dia de ontem. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 343,80/@ para o valor de R$ 333,90/@.

O mês de fev/22 começou bem parecido com o que acontecia no início de jan/22 para o boi gordo, isso por que a oferta restrita de animais ainda dita o ritmo da precificação do animal em São Paulo. Na B3, o vencimento para fev/22 continuou a sofrer reajustes, recuando 0,27% no comparativo diário, fechando o dia à R$ 335,65/@, menor patamar desde 05/01/2022.

No último fim de semana, as vendas de carne bovina no mercado atacadista foram fracas, refletindo o menor poder aquisitivo da população e também a queda nos preços das carnes concorrentes (frango e suíno), segundo a IHS Markit.

Porém, dizem os analistas, essa situação pode ser revertida a partir de meados desta semana, quando está previsto a entrada da massa salarial, o que poderá estimular a procura pela proteína vermelha.

“Estratégias como aumento da capacidade ociosa e férias coletivas em alguns estados são novamente adotadas. Nesse ambiente, o abate em escala nacional permanece irregular. A tendência é que 2022 seja novamente pautado por abates abaixo da média histórica”, disse Iglesias.

Esperança nas exportações

A baixa oferta de animais terminados esperada para os próximos dois meses (fevereiro e março) deve trazer pressões positivas aos preços da arroba em São Paulo e localidades do Centro-Oeste, sobretudo aos prêmios pagos para animais com padrão-China. A posição mais agressiva dos importadores da China, após as festividades de feriado do ano novo chinês, também deve contribuir para a firmeza nas cotações do boi gordo.

carcacas bovinas da raca angus
Foto: Roberto Barcellos

Além disso, observa a IHS, as importações de outros países compradores, como os EUA, devem continuar aquecidas e ainda impulsionadas pela paridade do dólar, que, embora tenha recuado nas últimas semanas de janeiro, ainda continua favorável quando comparado aos demais fornecedores globais de carne bovina.

Volume exportado

As exportações de carne bovina do Brasil avançaram 31% em janeiro no comparativo anual, com o país efetivamente conseguindo elevar os embarques para seu principal comprador, a China, após um embargo de mais de 90 dias encerrado em dezembro, conforme dados do governo federal divulgados nesta terça-feira (01/02).

As exportações de carne bovina in natura dos últimos 6 dias úteis de jan/22 totalizaram 33,08 mil toneladas, uma média de 5,51 mil t/dia, o que representa uma queda de 22,24% no comparativo semanal. Apesar da redução do ritmo de embarques no período, as exportações da proteína em jan/22 superaram o recorde histórico para o mês, consolidando 140,54 mil toneladas, 30,95% a mais que a mesma ocasião em 2021, cravando a estimativa da Agrifatto.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 339.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 313.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 325 por arroba.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo.

Atacado

Os preços da carne bovina ficaram estáveis na terça-feira. “O ambiente de negócios não oferece grande perspectiva de recuperação”, apontou Iglesias. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,50, por quilo. Quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 15,50, por quilo. Ponta de agulha segue cotada a R$ 14,00, por quilo.

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