Raio mata animais e causa grande prejuízo

Proprietário diz que bois e vaca estavam tentando se proteger da chuva; prejuízo estimado é de R$ 8 mil. Sipam diz que é comum na Amazônia.

Quatro bois e uma vaca morreram após serem atingidos por um raio na tarde de domingo (16), em Ministro Andreazza (RO), a 476 quilômetros de Porto Velho. O proprietário dos animais, Admilson José da Costa, conta que os bois estavam se protegendo da chuva quando foram atingidos.

“Os bois estavam debaixo de um pé de manga quando o raio caiu. Perdemos cinco cabeças”, diz o produtor. Segundo ele, o prejuízo financeiro foi de de R$ 8 mil, em média.

Admilson diz que não é a primeira vez que bois dele morrem após serem atingidos por raio. “Há 14 anos perdemos 24 cabeças de gados. Mas dessa vez eles não estavam de baixo da árvore, mas na beira da cerca”, relembra.

Ao G1, o meteorologista Marcelo Gama, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), informou ser comum nesta época do ano ter um número maior de raios, mas não são contabilizados.

“Não temos sensores para contabilizar o número de raios na região, mas nesse período de chuva é muito comum essas descargas elétricas. É uma situação comum em toda a Amazônia”.

Cuidado com as cercas

Paulino reforçou que as cercas podem ser elementos perigosos por conta de sua extensão e por serem compostas por fios metálicos, condições que favorecem a condução de energia. “Quando o raio cai em cima de uma árvore, ela fica perigosa em uma região de 10 a 20 metros no entorno de sua base. Mas quando um raio cai numa cerca, ele corre uma distância muito maior porque a cerca é composta por arames metálicos e a corrente vai andar pela fiação, às vezes 200 a 300 metros distante do ponto da queda e todo o gado que estiver ali perto pode tomar choque”, avisou.

Para minimizar eventuais acidentes, Paulino ensinou que a primeira técnica a ser usada é o aterramento, ou seja, criar caminhos para que a corrente que caiu no fio metálico da cerca vá para a terra.

“A corrente do raio quer ir para a terra. Ela começa na nuvem e quer atingir a terra, não quer cair na cerca. Se eu criar caminhos para esta corrente ir pra terra, eu vou minimizar o risco. Com o aterramento, eu vou ligar os fios da cerca na terra para o raio ir embora”, afirmou em entrevista ao apresentador Mauro Sérgio Ortega.

Outra técnica a ser usada é o seccionamento. “Ao seccionar, eu vou tornar a cerca pequena. Ao invés de ter uma cerca com comprimento enorme em que o raio cai e energizar a cerca toda, se eu separo ela em vários pedaços, quando um raio cair, só aquele pedaço vai ser energizado, então eu estou minimizando a área perigosa”, observou. O professor comentou que, no entanto, ao contrário do seccionamento usado em cercas próximas a linhas de energia, o vão entre um palanque e outro deve ser maior para evitar a continuidade de uma descarga com a força de um raio. “Os fazendeiros fazem o seccionamento da cerca quando ela está perto da linha de energia pra evitar que a indução dê choque, mas esse seccionamento não é suficiente para um raio”, avisou.

Por fim, o professor recomendou um olhar holístico para a proteção da propriedade como um todo e a contratação de um profissional que possa elaborar um projeto com tal finalidade.

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