
A caçada ocorreu de forma planejada e ética, com foco no controle populacional da espécie invasora, no primeiro dia com o uso de cães treinados e o método de espera foram abatidos 58 javalis
A presença descontrolada de javalis nas propriedades rurais tem causado sérios prejuízos para o campo brasileiro. Além de destruir lavouras inteiras, esses animais selvagens representam uma ameaça constante para o gado, especialmente quanto ao status do Brasil como Livre de Aftosa sem Vacinação pela OMSA, já que ele é um portador e transmissor da doença para o rebanho nacional. Foi diante desse cenário que uma ação conjunta entre produtores, a equipe especializada C&A do Java e a Equipe Quitipa registrou um feito marcante: o abate de 84 javalis em apenas dois dias de caçada, realizados nos dias 1 e 2 de julho.
A caçada ocorreu de forma planejada e ética, com foco no controle populacional da espécie invasora. No primeiro dia, 1 de julho, com o uso de cães treinados e o método de espera, foram abatidos 58 javalis. Já no segundo dia, mais 26 animais foram retirados da área, totalizando 84 javalis eliminados — um alívio imediato para a segurança das lavouras e dos rebanhos da fazenda.
Para quem vive do agro, cada dia conta, e cada animal abatido representa uma vitória na proteção da produtividade e da segurança no campo. O resultado da operação trouxe um impacto positivo direto na rotina da fazenda, reduzindo significativamente os riscos de ataques a plantações e animais.
As equipes envolvidas também registraram todos os bastidores da caçada. Os vídeos publicados mostram, sem filtros, a realidade do caçador no campo: o esforço, a organização, o trabalho dos cães e os desafios de enfrentar uma espécie adaptável e agressiva. Mais do que ação, as imagens revelam a importância de se entender o javali como um problema ambiental, econômico e sanitário.
Será necessário abater mais de 1 milhão desses animais em 2025
A explosão populacional de javalis e javaporcos no Brasil se tornou um desafio sem precedentes para o meio ambiente, a agropecuária e a sanidade animal. Segundo a Associação Brasileira de Caçadores Aqui Tem Javali, será necessário abater mais de 1 milhão desses animais em 2025 para conter os danos crescentes. O número alarmante é consequência direta de retrocessos nas políticas públicas de controle, como a suspensão do uso de armas de fogo em ações de manejo, o que fez a população da espécie disparar.
Esses animais causam prejuízos econômicos severos, destruindo lavouras inteiras de milho, soja e outras culturas, com perdas que podem atingir até 40% das plantações em determinadas regiões. Além disso, representam um risco sanitário elevado, já que podem ser vetores de doenças como peste suína clássica e febre aftosa, ameaçando rebanhos comerciais e a segurança alimentar do país. O cenário é ainda mais preocupante diante das barreiras burocráticas enfrentadas por caçadores, como a suspensão de licenças e demora na liberação de autorizações.
Veja o vídeo completo da caçada de javalis
Especialistas apontam que a erradicação total da espécie já é inviável, e que o foco deve ser a mitigação dos impactos por meio de caça controlada, tecnologias de monitoramento e políticas públicas mais eficazes. Enquanto o governo federal falha em estruturar uma resposta coordenada, produtores e caçadores arcam sozinhos com os custos para combater uma das maiores ameaças ambientais e produtivas do Brasil
controle do javali não é apenas uma questão de manejo, mas de sobrevivência para milhares de produtores rurais no Brasil. A operação realizada pelas equipes C&A do Java e Quitipa é um exemplo claro de que, com organização, parceria e responsabilidade, é possível combater essa ameaça de maneira eficaz.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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