Recuperação dos preços da arroba atinge maior valor da história

Após quedas sucessivas entre setembro e outubro nos preços da arroba, boi gordo no mercado físico atinge maior valor da história em novembro

Vale ressaltar que desde meados de setembro os preços do boi gordo registram quedas, refletindo a suspensão das exportações de carne bovina do Brasil para a China, principal comprador do produto brasileiro. Em 2 de setembro, o país barrou os embarques externos voluntariamente ao país asiático depois que dois casos de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença da ‘vaca louca’ foram detectados.

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Fonte: AgResourse Brasil

O resultado da medida foi uma redução expressiva das exportações de carne bovina brasileira. Em novembro, os embarques do produto brasileiro atingiram 81,2 mil toneladas, o menor volume desde junho de 2018. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o recuo foi de 51,5%.

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Fonte: AgResourse Brasil

Impacto no PIB da Agropecuária

A queda das exportações brasileiras de carne bovina também colaborou com a redução do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária. De acordo com o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da Agropecuária caiu 8% de julho a setembro em relação ao trimestre anterior. Neste caso, a diminuição das exportações de milho, por conta da quebra de safra e menor disponibilidade do cereal para embarque no mercado externo, e diminuição dos embarques da soja também integraram o cenário.

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Fonte: AgResourse Brasil

Porém, desde o início de novembro, as cotações do boi gordo voltaram a subir novamente, reflexo da retração dos pecuaristas e consequentemente da oferta de carne, diante das incertezas quanto à volta das compras da China. A expectativa de que o país asiático vai voltar em breve ao mercado, por conta do Ano Novo Lunar, período em que o consumo de carne aumenta, também colaborou com esse cenário de elevação.

Por fim, com a chegada do fim do ano, há uma tendência sazonal de aumento da demanda por conta das festas. Todos estes fatores explicam essa retomada dos preços.

A visão da AgResource é que há atualmente um bom momento para quem tem boi gordo e pode aproveitar as escalas de abate média a curtas, abaixo de 10 dias no país. Há uma oportunidade de o pecuarista fazer caixa para a compra de animais de reposição no final da estação chuvosa, onde os produtores tendem a vender os animais pela menor disponibilidade e baixo crescimento de pasto e/ou pela estação de desmama, que deve começar em abril/maio.

Do lado dos custos, a AgResource vê uma tendência de valores mais altos à medida que os problemas de seca gerados pelo fenômeno La Niña aumentam na América do Sul. Contribui também o recente aumento das exportações de milho pelo Brasil.

Cenário para os próximos dias

Segunda-feira morna para as negociações de boi gordo em São Paulo, enquanto os pecuaristas permanecem firme nas pedidas acima de R$ 320,00/@, os frigoríficos buscam reduzir a oferta balcão para baixo dos R$ 315,00/@. Por enquanto, a referência dos negócios concretizados em São Paulo segue próximo a R$ 320,00/@. Na B3, o contrato futuro do boi gordo com vencimento para dez/21, encerrou o dia cotado em R$ 314,70/@, sem alterações significantes no comparativo diário.

As exportações de carne bovina in natura iniciaram dez/21 acelerando o ritmo. Durante os 3 primeiros dias úteis do mês corrente, uma média de 5,29 mil toneladas da proteína bovina foram embarcadas diariamente, volume 23,76% superior ao que foi visto na média diária de nov/21. Até o momento, 15,86 mil toneladas da carne bovina foram exportadas, 18,38% menos que no mesmo período do ano passado.

Com dados da AgResource e Agrifatto

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