
Empresas relacionadas ao agronegócio fizeram, no mesmo período, 94 requisições de recuperação judicial; Modelo preditivo pode mitigar riscos ao indicar instabilidade financeira antes da RJ.
Dados exclusivos da Serasa Experian revelam o cenário de recuperação judicial no agronegócio durante o segundo trimestre de 2024. De acordo com a companhia, os produtores rurais que atuam com Perfil Jurídico (PJ) realizaram 121 pedidos no período de análise, o que representa um aumento de 40,6% em comparação com os primeiros três meses do ano. Confira no gráfico a seguir a movimentação do índice desde 2023:

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, é preciso lembrar que o agro é cíclico – passando por momentos de expansão e retração. “O que está acontecendo agora é o reflexo de uma combinação de eventos diversos que causaram perdas e desafios significativos no campo. O aumento dos juros, o preço ameno das commodities e os custos mais altos para a produção, impactaram de forma negativa aqueles que já estavam comprometidos financeiramente. Ou seja, para algumas commodities e municípios específicos têm sido complexo equilibrar a contas, mas não é algo generalizado no setor”.
A análise por Unidade Federativa (UF) registrou destaque para Minas Gerais, que acumulou o maior número de pedidos de recuperação judicial no segundo trimestre do ano, somando 31. Mato Grosso ficou em segundo lugar, com 28 requisições, seguido por Goiás, com 15. Veja no gráfico abaixo o TOP 10 regiões que buscaram pelo recurso:

Ainda em relação aos produtores rurais brasileiros que atuam como Pessoa Jurídica (PJ), os dados inéditos da Serasa Experian identificaram quais as segmentações mais demandantes do setor. No TOP 5, o Cultivo de Soja, a Criação de Bovinos e o Plantio de Cereais lideraram o ranking, com 53, 25 e 23 pedidos, respectivamente. Em sequência estava o Cultivo de Café, com 7 solicitações e a Horticultura, com 3.
Cenário das empresas relacionadas ao agronegócio registrou 94 requerimentos
Outro recorte do levantamento feito pela Serasa Experian revelou que, além dos produtores rurais, as empresas que atuam com atividades diretamente ligadas ao agronegócio também demandaram por recuperação judicial. Durante o 2º trimestre de 2024, foram registrados 94 pedidos. Um aumento de 22% comparado aos três primeiros meses do ano.
Confira no gráfico a seguir a movimentação dos dados na íntegra:

A divisão por Unidades Federativas (UF) mostrou que as empresas dos Estados de Goiás e São Paulo foram as que tiveram o maior número de solicitações, ambas com 16. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também tiveram destaque. Veja no gráfico o TOP 10 regiões:

Analisando os setores das empresas demandantes foi possível identificar que as Agroindústrias de Transformação Primária foram as que mais necessitaram do recurso durante o segundo trimestre deste ano, marcando 34 solicitações. Completando o TOP 5 segmentos: Serviços de apoio à agropecuária (16), Indústria de processamento de agroderivados (13), Comércio atacadista de produtos agro primários (12), comércio atacadista de produtos agro processados (9).
Previsão de instabilidade financeira poderia reduzir exposição à recuperação judicial
A atuação do Agro Score – solução da Serasa Experian que entrega análises específicas para o setor – pode prever riscos de inadimplência dos produtores rurais e empresas ligadas ao agronegócio. Essa identificação acontece pois o monitoramento de dados da ferramenta consegue registrar, com vários meses de antecedência, os perfis financeiros que já apresentavam sinais de instabilidade. Ou seja, é uma análise que mitiga os riscos da concessão de crédito.
A aplicação dessa tecnologia mostrou, por exemplo, que o Agro Score médio dos produtores e empresas relacionadas ao agro eram significativamente maiores do que o daqueles que solicitaram recuperação judicial, mesmo três anos antes do pedido. Além disso, em relação às companhias do setor, é possível observar que a queda na pontuação vai continuamente se acentuando ao longo do tempo. Confira no gráfico abaixo:

Assim, é possível comprovar que o uso de modelos preditivos viabiliza a identificação de perfis propensos à recuperação judicial e possibilita aos credores decisões mais seguras. “Utilizar análises mais criteriosas para conceder crédito protege o mercado de realizar financiamentos com perfis economicamente instáveis, diminuindo riscos e fomentando a regulamentação da saúde financeira no setor”, finaliza Marcelo Pimenta.
Metodologia
O levantamento inédito feito exclusivamente pela Serasa Experian foi construído a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados.
Estão contemplados nesse levantamento produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas jurídicas e empresas demandantes do recurso analisado que possuem Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) principal constante no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da cadeia agro. Além disso, as análises estaduais são realizadas de acordo com a Unidade Federativa atrelada ao CNPJ do demandante.
Os resultados atuais não são comparáveis com os publicados anteriormente, pois foram feitas modificações na metodologia de classificação, como, por exemplo, a consideração apenas do CNAE principal dos perfis analisados nas classificações.
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